Da Redação – 09.01.2017 –
Investimentos do país em energias renováveis no exterior crescem 60% em 2016 e atingem 32 bilhões de dólares, incluindo dois projetos no Brasil.
De acordo com o relatório “Expansão Global de Energias Renováveis da China”, produzido pelo Instituto de Economia e Análise Financeira da Energia (IEEFA), o país asiático registrou um crescimento de 60% em 2016 nos investimentos externos em energias renováveis, na comparação com 2015. O levantamento aponta que a China investiu no ano passado nada menos que 32 bilhões de dólares no exterior em projetos do gênero, consolidando sua liderança nesse segmento.
O montante aplicado se refere a onze projetos conduzidos por empresas chinesas no exterior, com investimentos superiores a US$ 1 bilhão cada, sendo dois deles no Brasil. Um se refere à State Grid Corp. China (SGCC), maior empresa de eletricidade do mundo, que firmou o maior acordo de distribuição de energia renovável e eletricidade de 2016, com um investimento de 13 bilhões de dólares para uma participação no controle da CPFL.
O outro investimento de grande porte chinês em energias renováveis no Brasil envolve um aporte de 1,2 bilhão de dólares da Three Gorges Corp. A China já é líder mundial em termos de investimento doméstico em energia renovável e setores associados de baixa emissão. Em 2015, o país aportou 103 bilhões de dólares nessa área, segundo a Bloomberg New Energy Finance, com um aumento de 17% em relação ao ano anterior ou duas vezes e meia o investimento anual realizado pelos Estados Unidos.
O relatório também mostra que o resultado da eleição norte-americana pode significar que os Estados Unidos ficarão ainda mais atrás da liderança global da China no futuro. “Os Estados Unidos já estão bem atrás da China na corrida para garantir maior participação no florescente mercado de energia limpa e, com o presidente eleito Trump falando de carvão e de gás, as possíveis mudanças nas políticas domésticas não são um bom presságio”, analisa Tim Buckley, diretor de Estudos de Finanças Energéticas da Australásia do IEEFA.
Como contraponto, o relatório destaca as ações da China para seu avanço nesse segmento promissor da indústria de energia. Em 2016, o país criou o Banco de Infraestrutura e Investimento da Ásia (AIIB) e o Novo Banco de Desenvolvimento (também chamado de BRICs Bank). Tais ações, combinadas com a capacidade de investimento estrangeiro do Banco de Importação e Exportação da China e do Banco de Desenvolvimento da China, indicam que o país asiático está claramente desenvolvendo capacidade financeira para impulsionar fusões e aquisições, conclui o estudo.