Da redação – 21.01.2017 –
Novo presidente dos Estados Unidos a partir de hoje, o republicano tem pela frente a renovação de estradas, aeroportos e outros segmentos, mas não especifica como vai fazer o investimento trilionário em dez anos.
O novo presidente dos Estados Unidos, Donald Trump, prometeu investimento de US$ 1 trilhão em infraestrutura para os próximos 10 anos, mas ele tem sido vago em como esse dinheiro vai ser gasto. A opinião é do consultor Pierre Villere, presidente da Allen-Villere Partners, um dos palestrantes da World of Concrete (WOC) 2017, evento que contou com a cobertura do Infraroi e que se encerra hoje em Las Vegas (EUA).
Na avaliação de Villere, Trump criou sua Instructure Task Force para melhorar a condição das estradas nacionais que estão envelhecidas, assim como pontes e inclui ainda os hubs de transporte. O plano também está muito relacionado aos investimentos acionais e Trump fala em incentivos em impostos estimados em US$ 137 bilhões, que podem estimular cerca de US$ 1 trilhão de investimentos privados nos próximos dez anos.
Apesar disso, na avaliação do consultor, a Task Force precisa identificar o que considera infraestrutura, uma palavra que tem sido usada para descrever tudo, desde estradas até banda larga, desde ciclovias até linhas de transmissão elétrica. “Diferentes tipos de infraestrutura têm diferentes tipos de necessidades e soluções de financiamento também tem que ser diferentes para cada uma delas”, avalia Villere. Veja abaixo o que ele aponta para a nova gestão:
Sistemas Elétricos: mais de 3.300 utilities de energia e cerca de 7.700 plantas de energia distribuem fazem parte de um sistema que movimenta cerca de 160 mil milhas de rede de distribuição em alta voltagem. “Nós deveríamos construir uma rede similar a que já tivemos, mas temos linhas que existem há décadas e que podem se tornar sobrecarregadas pelo que elas foram projetadas a distribuir”, argumenta Villere. Segundo ele, as companhias privadas e as agências públicas têm que tomar conta desse tipo de infraestrutura e não está claro como o plano do governo Trump será aplicado ao sistema de energia elétrica.
Pontes: uma recente pesquisa nacional identificou que 10% de 600 mil pontes dos Estados Unidos estão deficientes estruturalmente. Cada estado desempenha a sua própria inspeção de ponte, o que apresenta um desafio para se criar padrões consistentes de estado para estado.
Dutos: Os Estados Unidos possuem cerca de 150 mil milhas de dutos de petróleo e mais de 1.5 milhão de milhas de dutos de gás natural. Desde 2010, o boom do uso do gás de xisto tem liderado o caminho da indústria de petróleo a aumentar a produção de gás natural ao longo das necessidades de expandir a infraestrutura de pipelines. Mas não é sempre uma questão fácil, como mostram recentes controvérsias a respeito do Dakota Acess Pipelines, que sofre a pressão de ambientalistas.
Ferrovias: mais de 160 mil milhas de estradas, 76 mil pontes sobre ferrovias e 800 túneis ao longo dos Estados Unidos são divididos por centenas de operadores que movimentam cargas e passageiros. Dezenas de milhões de usuários, parte deles no nordeste do país, confiam na Antrak e outros serviços de trem de comutação a cada ano.
Aeroportos: durante a sua campanha, Trump elogiou aeroportos de Dubai, Catar e da China, comparando-os com aeroportos americanos como o LaGuardia, Kennedy e New York. “Os nossos aeroportos são de terceiro mundo”, disse o presidente e ele está certo”, argumenta Villere. O aeroporto melhor classificado dos Estados Unidos no ano passado foi o Denver International Airport: 28º lugar mundialmente. O aeroporto Kennedy ficou em 59º lugar e o de Los Angeles raramente é colocado entre o top 100 (ficou em 91º).
Hidrovias: Os portos de Los Angeles e Long Beach estão entre os 25 mais movimentados do mundo e vários portos da costa leste estão entre os 50. As hidrovias, principalmente a do Rio Mississipi, permitem que o transporte de bens entre portos em terra e outros no oceano.