Da Redação, com informações do New York Times – 07.02.2017 –
Em dezembro do ano passado, a equipe de transição do presidente eleito, Donald Trump, fez uma pesquisa com os governadores dos Estados Unidos para coletar a lista de desejos de cada estado na área de projetos de infraestrutura. A ênfase dos projetos deveria ser em iniciativas com fase de engenharia e de aprovação de construção avançados e que também aumentassem a competitividade da economia e a segurança nacional do país. As informações são de um artigo do New York Times, publicado ontem, dia 06, na edição eletrônica do veículo. De acordo com o candidato, e agora presidente eleito, o foco deveriam ser as parcerias entre governos e iniciativa privada, a exemplo de rodovias pedagiadas que pudessem atrair investidores e gerar uma receita recorrente.
Segundo informações do New York Times, 40 estados submeteram listas com mais de 300 projetos e o relatório das iniciativas foi coordenado pela associação de governadores norte-americanos. A partir dessa lista, a equipe de Trump teria feito uma pré-avaliação com 50 grandes itens. A lista preliminar dá uma ideia da amplitude que a administração procura: inclui desde projetos de grande duração, como por exemplo, a abertura do túnel Hudson, reparando ou substituindo pontes lapidadas, assim como estradas, redirecionamento de rios locais para permitir o trafego de barcas, manutenção de represas antigas, construção de linhas de trens e aeroportos e a criação de um sistema de controle de trafego guiado por satélites. Também contém planos de modernização da rede de energia elétrica e de armazenamento de água subterrânea em áreas áridas.
De acordo com o New York times, não se sabe se esse conjunto de projetos vai se materializar ou se vai ser mais um desejo do presidente Trump. É interessante notar, segundo o jornal americano, que os congressistas republicanos bloquearam grande parte dos planos de infraestrutura do governo Obama, porque segundo eles poderia aumentar o déficit nacional.
Em termos regionais, os projetos variam: na Flórida, o governo estadual montou uma lista de desejos principalmente voltada para portos marinhos, enquanto a Califórnia destaca-se por projetos de represas e a conexão de trem de alta velocidade entre Los Angeles e São Francisco, essa última considerada uma iniciativa controversa nos Estados Unidos. Nesse estado mais rico, aliás, os projetos foram listados não necessariamente como prioridades, mas em função de poder gerar dinheiro mais rapidamente.
A unidade da federação que mais pressionou por necessidades de infraestrutura foi o Michigan, onde se aponta que seriam necessários US$ 4 bilhões por ano durante vinte anos para se acertar o setor. Deve-se lembrar que Michigan tem um sistema de distribuição de água decrépito, o qual contribuiu para grandes falhas de infraestrutura, caso do famoso envenenamento de milhares de pessoas em Flint. O problema, inclusive, levou congresso americano aprovar um pacote de benefícios para esta e outras cidades em situação de emergência na área de saneamento urbano.
No Alabama, as iniciativas propostas incluem a construção de uma rodovia com seis faixas sobre o Rio Mobile, assim como projetos de água e saneamento. Iowa, por sua vez, precisa de dinheiro para sistemas de controle e de obras de represas ao longo do Rio Mississipi. O objetivo é controlar inundações, caso da região de Cedar Rapids, que foi grandemente afetada por uma inundação em 2005 e novamente no ano passado.