Grupos europeus arrematam leilão de aeroportos

Da Redação – 17/03/2017 – Governo comemora o resultado da concessão dos terminais de Fortaleza, Salvador, Porto Alegre e Florianópolis, que arrecadou R$ 3,7 bilhões, com ágio de 23%. O resultado não poderia ser melhor para o governo Federal no quarto leilão de aeroportos do país, que concedeu à iniciativa privada a operação dos terminais […]

Por Redação

em 17 de Março de 2017

Da Redação – 17/03/2017 –

Governo comemora o resultado da concessão dos terminais de Fortaleza, Salvador, Porto Alegre e Florianópolis, que arrecadou R$ 3,7 bilhões, com ágio de 23%.

O resultado não poderia ser melhor para o governo Federal no quarto leilão de aeroportos do país, que concedeu à iniciativa privada a operação dos terminais de passageiros de Fortaleza, Salvador, Porto Alegre e Florianópolis. Em um cenário marcado por denúncias de corrupção e indisponibilidade de crédito, que comprometem a capacidade de investimentos dos tradicionais grupos privados que participam de certames desse tipo, três grupos europeus mostraram apetite ao arrematar os quatro terminais de embarque e desembarque.

A alemã Fraport ficou com os aeroportos de Fortaleza e Porto Alegre, a francesa Vinci arrematou o de Salvador e a suíça Zurich AG levou o terminal de passageiros de Florianópolis. Ao contrário dos leilões anteriores, essas companhias entraram na disputa sem sócios brasileiros. Juntas, elas proporcionaram ao governo Federal uma arrecadação de 3,7 bilhões de reais, incluindo o valor da outorga, ao longo dos 25 anos de concessão do aeroporto de Porto Alegre, e dos 30 anos de concessão dos demais terminais. O valor arrecadado conta com um ágio de 23% em relação ao que o governo esperava alcançar, na faixa de 3 bilhões de reais.

O ágio está abaixo dos valores praticados nas primeiras rodadas de concessão de aeroportos, mas o resultado é inegavelmente positivo diante do atual cenário econômico do país. Por esse motivo, o governo comemorou o resultado, apontando que ele reflete a confiança dos investidores internacionais na recuperação da economia brasileira e em seu retorno à rota de crescimento. Os lances mínimos foram fixados com base em 25% do valor da outorga e esses valores terão que ser pagos no momento da assinatura do contrato, o que garantirá ao governo uma arrecadação 1,46 bilhão de reais já na primeira etapa da concessão.

Os três grupos europeus deverão investir mais de 6,6 bilhões de reais ao longo do período de concessão dos quatro terminais de passageiros, com obras de melhorias, expansão e modernização das operações. O leilão adotou novas regras, que são apontadas como responsáveis pelo sucesso na sua realização. Entre elas estão o maior prazo para pagamento das outorgas, que permite ao concessionário realizar os investimentos mais pesados nos primeiros cinco anos de concessão.

Ele também estabelece uma espécie de seguro cambial, para evitar perdas com a desvalorização do real, e adota um sistema de gatilho para os investimentos, que só deverão ser realizados a partir de um certo patamar de demanda futura. Vale ressaltar que, além dos quatro aeroportos, o governo Federal planeja ainda para este ano quatro rodadas de leilão para exploração de petróleo e gás natural, incluindo blocos do pré-sal, bem como a concessão de linha de transmissão.

A alemã Fraport, que chegou a disputar a concessão do terminal de Galeão, administra 13 aeroportos no mundo, sendo cinco na Europa – incluindo o de Frankfurt, um dos mais modernos do mundo – cinco na Ásia, dois na África e um na América Latina. Eles registram tráfego anual de mais de 99 milhões de passageiros. Já a francesa Vinci, um dos maiores grupos de construção e concessões da Europa, chegou a cogitar a compra da fatia da OAS na Invepar. A empresa administra 35 aeroportos no mundo e está buscando novas oportunidades de investimento nessa área fora da França, principalmente em terminais de passageiros do sudeste asiático.