Da Redação – 24.08.2017 –
Comitiva representando mais de 200 empresas do país europeu apresenta soluções para gestão de água na Exposibram em Belo Horizonte
Diferentemente da época colonial, uma nova invasão holandesa vai acontecer em setembro, durante a Exposibram, evento focado na indústria de mineração. Coordenadas pela Netherlands Water Partnership (NWP), uma espécie de agência que congrega os especialistas do setor, a vinda, dessa vez, é mais sutil e envolve cerca de 200 empresas. Nem todas estarão presencialmente em Minas Gerais, mesmo porque o estande holandês de 20 m2 seria pequeno para acomodá-las. Na verdade, sete corporações, a maior parte com escritório ou representação no Brasil, vão fazer o corpo a corpo. Para as outras, a NWP será a interface.
O que querem os holandeses nesse processo? Segundo Remon Daniel Boef, representante chefe do escritório holandês de apoio aos negócios no Brasil, reforçar a divulgação da experiência da Holanda em gestão de água. O país em si é um grande cartão de visitas, pois um quarto do seu território está abaixo do nível do mar. Querem mais? A Holanda tem 16,5 mil quilômetros de diques e 898 centros de monitoramento de água, fora cerca de 1,5 mil empresas focadas no uso do recurso natural.
A visita também marca a primeira Exposibram pós-Mariana, o desastre ambiental causado pelo rompimento de uma das barragens de rejeitos da Samarco. A maior parte das sete empresas presentes – do grupo de mais de 200 da NWP – tem know how para atuar exatamente na prevenção e no monitoramento de instalações como essa. É o caso da aferição em tempo real da densidade da água, com envio e gerenciamento de dados. Ou de técnicas de desaguamento, retirando parte da água de bacias de rejeitos e reduzindo o risco de incidentes.
Aliás, a palavra risco é uma velha conhecida dos holandeses. Depois de contratempos em seu próprio território, a Holanda criou o Dutch Risk Prevention Team, uma equipe que envolve técnicos e cientistas, empresas e institutos de pesquisa. A organização atua – gratuitamente – na transferência de know how em grandes incidentes, caso de Mariana, onde ofereceu-se para contribuir para a minimização do problema, e em Nova Orleans, quando a cidade americana foi devastada pelo furacão Katrina. O trabalho nos Estados Unidos teve desdobramentos, inclusive com a avaliação do papel do Rio Mississipi, em 2014.
A lista das sete empresas que virão na comitiva inclui a Hencon, Deltares, Alia Instruments, Tema BV, IHC Mining, Damen a Royal HaskoningDHV. O grupo será liderado pelo enviado especial de recursos naturais do Ministério das Relações Exteriores da Holanda, Dirk-Jan Koch.