Por Romulo de Paula – 07.05.2018 –
Entenda a relação entre as duas coisas nesse artigo
O assunto de 2018 tem sido a Inteligência Artificial – nunca se discutiu tanto sobre a tecnologia e seus avanços. Enquanto os consumidores estão se aproximando mais de assistentes virtuais como Alexa, Siri e Cortana, startups e empresas inovadoras estão aperfeiçoando a tecnologia para melhorar os cuidados de pacientes, prevenir crimes, agilizar serviços públicos, aprimorar ferramentas de marketing e de atendimento ao cliente, evoluir a cibersegurança etc.
As aplicações são tantas que firmas de pesquisas e especialistas afirmam que a inteligência artificial será utilizada de maneiras que o ser humano nem sequer imaginou. Parece que até os filmes de ficção científica e idealizações futuristas estão ficando ultrapassados.
Em um episódio de 2013 da série Black Mirror, uma mulher que perde seu parceiro em um acidente de carro contrata um serviço para ajudar a superar sua perda. O serviço usa a pegada digital do parceiro – mensagens, áudios, postagens de redes sociais, vídeos – para criar uma versão dele a partir da inteligência artificial, que imita sua voz e suas respostas.
Dispositivos vestíveis são a próxima onda
Este exemplo também não fica apenas na ficção. Já existem empresas pensando em serviços do tipo. A startup portuguesa ETER9 permite aos usuários criar um ser virtual, chamado de ‘contraparte’, capaz de aprender com suas postagens e comentários e ganhar autonomia. A base desse ser é a inteligência artificial e, segundo o site da empresa, o objetivo da rede é “permitir ao ser humano atingir a imortalidade no ciberespaço”.
Embora esse cenário seja considerado estranho e mesmo perturbador para muitos, é possível que gerações futuras, como crianças atuais que são criadas com acesso a smartphones, não considerem a situação estranha de maneira alguma. Isso é o que pensam especialistas como Rebecca Blum, diretora da empresa de design Frog e estudiosa da interseção da morte e tecnologia, que apresentou sua visão recentemente durante o evento SXSW, nos Estados Unidos.
Relatório aponta começo do fim dos smartphones
Por outro lado, algumas previsões da IA são mais fáceis de serem compreendidas. Segundo o Relatório de Tendências de Tecnologia do Future Today Institute, 2018 marca o início do fim do smartphone tradicional. A previsão é de que, na próxima década, as pessoas começarão a migrar para uma nova era de computação e equipamentos conectados, usando dispositivos vestíveis e interfaces invisíveis, como fones de ouvido com sensores biométricos, anéis e pulseiras com sensor de movimento, e óculos que gravam e mostram informações. Segundo Amy Webb, futurista e fundadora do Future Today, em 2021, 50% das pessoas em países desenvolvidos vão interagir com as máquinas usando apenas suas vozes.
O relatório, atualizado anualmente, nem considera a inteligência artificial como tendência, mas insere a tecnologia em muitas de suas previsões. Isso porque Webb afirma que a IA já é utilizada todos os dias e que deixou de ser uma tendência há anos para representar a próxima era da computação.
Tudo isso traz também questões comportamentais, regulatórias e éticas que estão começando a ser discutidas à medida em que a tecnologia evolui. É fato que para as empresas manterem-se competitivas no mercado, independentemente do setor em que atuam, é fundamental considerar a IA, enxergando seu potencial além de meros robôs. O jeito é manter-se atualizado, uma vez que a inteligência artificial excedeu até mesmo os limites da ficção.
Rômulo de Paula é sócio e diretor comercial da ART IT