Max Jaramillo* – 28.03.2019 –
Fortemente impulsionado pelo boom de equipamentos móveis, como tablets e smartphones, e pela proliferação dos mais variados aplicativos, o mercado de automação residencial passa a fazer parte de um universo comercial e tecnológico muito maior: o mercado de TI. O grande aumento e uso intensivo de soluções sem fio, aliado à conexão de internet móvel, tem contribuído para o crescimento do setor. Nos EUA, referência nesse segmento, a participação de casas inteligentes (monitoradas por aplicativos) chega a mais de 20% do total de residências, em um cenário que abrange mais de 120 milhões de casas.
Outros nichos também estão sendo “descobertos” pelas empresas do setor: além dos projetos que integram as funções já conhecidas como iluminação, áudio & vídeo, climatização e outros, existem mercados com necessidades específicas que podem ser atendidas pelas mesmas tecnologias, embora com diferentes abordagens e direcionamentos. Destacamos, entre outras: controle e medição de consumo de energia elétrica e de água, soluções para terceira idade, para espaços coletivos de co-living e co-working, soluções integradas para imóveis de locação temporária e hotelaria, utilização de automação para empreendimentos sustentáveis e diversas outras.
Gerando um total de 176 bilhões em receitas pelo mundo, apenas no ano de 2016, o mercado de AV tem demonstrado um grande potencial de crescimento e geração de lucro. A previsão é que até 2022 as receitas aumentem 4,7% ao ano, segundo relatório da IOTA 2018, publicado pela AVIXA – the Audiovisual and Integrated Experience Association.
Leia a reflexão do diretor executivo da Aureside, José Roberto Muratori: “Mesmo tendo acesso às mesmas tecnologias de ponta utilizadas nos países mais desenvolvidos, o Brasil não chega a atingir 1% das residências no mercado de Automação Residencial. Essa realidade se dá por conta não somente dos altos preços dos produtos, mas também porque o consumidor brasileiro ainda não se ateve à necessidade do uso intensivo da tecnologia na sua casa para atender requisitos básicos de segurança, economia e conforto. Também tem a questão referente à falta de um maior número de profissionais e empresas dedicados com exclusividade a esta atividade e ainda um distanciamento de um público considerado fundamental, que são os construtores, arquitetos e designers. Estes são agentes influenciadores e podem incluir o uso da automação nos projetos de novas edificações”.
Ainda assim, o cenário é otimista e especialistas apostam neste mercado tanto no Brasil quando no mundo, principalmente ao considerar a projeção para o crescimento de Automação Residencial – segundo a Aureside (Associação Brasileira de Automação Residencial) – é de 11,5% ao ano, no mundo.
Mesmo com a crise que assolou o país em 2016, fazendo o dólar disparar, o mercado de AV não chegou a ser atingido de maneira significativa. O setor encerrou o ano praticamente estável. Isso foi possível por conta do grande potencial do mercado brasileiro, onde as pessoas, mesmo em pequena escala, estão se atendo cada vez mais à praticidade tecnológica como aliada na busca de uma melhor qualidade de vida. Não será surpresa alguma quando, em um futuro próximo, a maioria dos lares forem controlados por algum tipo de automação residencal.
Temos um gigante despertando no Brasil. Quem abrir os olhos, sairá na frente.
* Max Jaramillo, diretor da Latin Press, responsável por promover junto da AVIXA, um evento referência no mercado, a Infocomm Brasil.