Brasil pode ser favorecido na disputa do domínio do 5G entre Estados Unidos e China

Redação – 15.04.2019 – Avaliação é de palestrante da Abranet em congresso da associação na semana passada Para Demétrio Magnoli, comentarista de política e assuntos internacionais da Globonews, o Brasil pode ser favorecido na disputa entre Estados Unidos e China pelo cenário de quinta geração (5G). Pode, segundo ele, se souber se alinhar acertadamente ao […]

Por Redação

em 15 de Abril de 2019
BARCELONA, SPAIN - FEBRUARY 27:  A 5G sign is pictured at the Quantum stand during the Mobile World Congress (MWC), the world's biggest mobile fair, on February 27, 2018 in Barcelona. The Mobile World Congress is held in Barcelona from February 26 to March 1.(Photo by Miquel Benitez/Getty Images)

Redação – 15.04.2019 –

Avaliação é de palestrante da Abranet em congresso da associação na semana passada

Para Demétrio Magnoli, comentarista de política e assuntos internacionais da Globonews, o Brasil pode ser favorecido na disputa entre Estados Unidos e China pelo cenário de quinta geração (5G). Pode, segundo ele, se souber se alinhar acertadamente ao longo do processo. De acordo com Magnoli, o domínio da tecnologia 5G será um dos pontos nevrálgicos da relação comercial entre Estados Unidos e China na próxima década.

O especialista avalia que os norte-americanos têm a hegemonia financeira e condições de impor sansões secundárias, enquanto a China usará como moeda de troca a promessa de investir em infraestrutura nos países que adotarem a tecnologia de suas companhias. “O fato é que a China está na frente deste jogo, e o Brasil terá que acompanhar sua evolução para decidir qual lado será mais vantajoso para se alinhar”, afirmou durante a 3ª Convenção Abranet, da Associação Brasileira de Internet (Abranet).

Na opinião de Magnoli, o pano de fundo dessa briga é a 4ª revolução industrial que dependerá da adoção da Internet of Things (IoT) viabilizada em larga escala pelo 5G. “A China é considerada um first mover: já prevê a criação de uma rede doméstica 5G em 2020, e tem essa tecnologia inserida no Plano de Internet+ e no 13° Plano Quinquenal, que norteia sua economia”, disse.

Política externa brasileira atual pode prejudicar país na área de 5G

Neste jogo, acredita ele, vários países vão se alinhar em blocos contra a tecnologia made in China. Além daqueles que tendem a adotar restrições legais radicais, como França, Itália, Israel e Austrália, outros devem adotar restrições legais diversificadas: EUA, Rússia, Japão e Reino Unido. Haverá ainda aqueles que poderão impor restrições, mas não legislativas, como Alemanha, Noruega e Canadá. “Por enquanto, a América Latina e a África estão apenas assistindo, e, no caso do Brasil, chegará o momento em que será preciso decidir com quem se alinhar”, disse.

Ele lembrou que a China é um grande parceiro comercial do Brasil, sendo responsável por 33% das importações dos nossos produtos “O governo atual tende a colocar o Brasil no campo dos Estados Unidos, mas, nenhum governo é perene, nem aqui nem nos Estados Unidos”, ponderou. “Lá, o presidente Donald Trump só se reelegerá se conseguir fechar seu governo com a economia em alta e, ao mesmo tempo, manter o discurso nacionalista e protecionista que o ajudou a eleger”, acrescentou.

Segundo Magnoli, o 5G é uma tecnologia importante não só por causa da 4ª revolução industrial, mas também porque está ligado à questão de segurança nacional. Desde 2012, a China passou a ser uma potência insatisfeita com sua posição na ordem econômica determinada pelos Estado Unidos. “O país começou a tentar mudar sua influência geopolítica, apostou em uma nova rota da seda e passou a investir mais em armamento”, disse Magnoli.