Redação – 30.08.2019 –
A BRT Sorocaba é uma concessão, precedida de obra, com previsão de 68 km de corredores de ônibus espalhados pela cidade do interior paulista. Além de ser um modelo de concessão inédita no país, o projeto prevê outras novidades, como diferentes tipos de acessos para os passageiros. Serão três terminais, quatro estações de integração e 28 estações preferenciais, totalizando 35 pontos de embarque. A diferença entre esses acessos? Entenda a seguir.
Terminais: são estruturas mais robustas que permitirão a integração de diferentes linhas que compõem a rede de transporte do município. As linhas serão provenientes das vias expressas BRT, dos corredores estruturais (já existentes) e das linhas alimentadoras que chegarão dos bairros. Esses terminais terão plataformas de embarque, cobertura de estrutura metálica, piso de pavimento rígido e um prédio administrativo e operacional responsável pela gestão do fluxo de veículos e pessoas. Os passageiros terão central de atendimento para informações, sanitários, Wi-Fi, carregadores de aparelhos eletrônicos e dentro de uma estrutura com central de monitoramento 24 horas.
Estações de integração: são aparelhos urbanos menores, que permitem ao passageiro fazer a transferência de linha, através de uma viagem continuada utilizando um ou mais ônibus desde o local de partida até o ponto final. Será uma única tarifa dentro do período de tempo de integração.
Estações preferenciais: têm como característica o acesso direto ao BRT. Se o passageiro estiver em um corredor, por exemplo, poderá pegar o ônibus em um dos pontos de parada. Esse fluxo visa dar mais comodidade e rapidez à rotina das pessoas durante as viagens.
Concessão inédita
A BRT Sorocaba vai ativar um modelo inédito de concessão precedida de obra no país. A empresa é uma SPE, ou seja, uma sociedade de propósito específico, formada pela CS Brasil e a MobiBrasil, ambas companhias com experiência no setor de transportes. Ela será responsável pelo novo sistema de transporte coletivo urbano da cidade de Sorocaba, com a responsabilidade pelas obras de implantação e, futuramente, operação do sistema de ônibus BRT.
Diferentemente dos projetos tradicionais, nos quais o poder público investe na obra, faz licitações e depois cede a infraestrutura para que uma concessionária opere o transporte, o caso da cidade paulista inverte o processo. A BRT Sorocaba vai aplicar dinheiro próprio (cerca de dois terços do investimento total do projeto é do consórcio BRT Sorocaba e o restante é investimento do governo municipal), implantar o sistema, investir na frota e operar o BRT. Ao final do período de concessão, os investimentos em infraestrutura são revertidos para o próprio poder público.
Em todo empreendimento serão investidos R$ 384 milhões em obras de infraestrutura, projetos, desapropriações, material rodante e ITS. Desse total, R$ 133 milhões virão da subvenção da Prefeitura de Sorocaba (R$ 127 milhões vindos do Governo Federal). Com o investimento, será criado um corredor com faixas exclusivas de ônibus, o que possibilita uma viagem com mais agilidade. As viagens serão monitoradas, com informações de espera e de deslocamento fornecidas em tempo real por monitores nas estações.
Infraestrutura inclui 68 km de corredores na cidade
De acordo com a BRT Sorocaba, o sistema terá 28 estações preferenciais, 4 estações de integração, 3 novos terminais e 96 pontos de parada, permitindo ainda a integração com os Terminais Santo Antônio e São Paulo, com as seis áreas de transferências e a integração temporal entre diferentes linhas.
A infraestrutura prevista inclui a construção de 68 km de corredores, sendo aproximadamente 34 km nos 3 Corredores BRT (Itavuvu, Ipanema e Oeste) e aproximadamente 34 km nos corredores estruturais (Sul, Leste, Aproximação Centro/Norte, Área Central e Ligação General Osório). A frota de ônibus será composta por veículos com rede Wi-Fi e ar condicionado. Haverá ainda um centro de controle operacional (CCO) com monitoramento via câmeras, GPS e painéis de horário.