Redação – 12.05.2020 –
Produção do Sistema Interligado Nacional (SIN) retrai 12% em abril
As usinas eólicas verificaram aumento de 17,2% na geração de energia em abril, na comparação com o mesmo mês no ano passado. Em 2020, a fonte foi responsável pela produção de 4.341 MW médios, contra 3.704 MW médios de 2019. Os dados compõem o boletim InfoMercado Quinzenal, divulgado pela Câmara de Comercialização de Energia Elétrica (CCEE).
A fonte solar também apresentou avanço no período, de 41%, para 680 MW médios. A chegada do período seco e a ampliação da capacidade instalada eólica e solar explicam o comportamento das fontes no mês, segundo Carlos Dornellas, gerente da área de Segurança de Mercado & Informações da CCEE.
Já a geração hidráulica, que reúne hidrelétricas de grande e pequeno porte, apresentou retração de 14,6% na geração de energia na comparação anual, para 45.556 MW médios. Da mesma forma, a geração termelétrica verificou retração de 11,7% no período, para 8.236 MW médios.
No total do Sistema Interligado Nacional (SIN), os dados indicam uma retração de 12% na produção de energia, caindo de 66.482 MW médios em abril do ano passado para 58.813 MW médios em 2020.
A geração de autoprodutores de energia também apresentou diminuição de 11,1% em abril, ficando em 1.109 MW médios.
Consumo
O consumo de energia no SIN em abril reduziu 13,3% ante o mesmo mês no ano passado, caindo de 63.597 MW médios para 55.159 MW médios. No Ambiente de Contratação Regulada (ACR), que reúne os consumidores cuja compra de energia é feita pelas distribuidoras, a queda na demanda foi de 12,7%, para 38.909 MW médios.
Já no Ambiente de Contratação Livre (ACL), cujos consumidores podem escolher o fornecedor da energia, diretamente ou via comercializadoras, o consumo retraiu 14,6%, para 16.251 MW médios.
“O consumo foi impactado pelo efeito calendário, que resultou em um dia útil a menos em relação a abril do ano passado, por conta do feriado da Sexta-Feira Santa, e também pelas medidas de contenção à Covid-19”, destaca Dornellas.
A maior parte dos ramos de atividade apresentou quedas representativas no consumo de energia no mercado livre. As maiores retrações foram dos setores de veículos (66,2%), têxteis (47,6%), bebidas (34,2%) e serviços (32%). Porém, os segmentos em que o consumo cresceu foram os de saneamento (23,2%) e alimentício (3,1%), percentuais diretamente vinculados à migração de consumidores para o mercado livre. Expurgado o efeito da migração, verifica-se leve crescimento do consumo somente do ramo de saneamento, de 0,4%.