Gigante de infra lidera compra da Oi Móvel

Nelson Valêncio, do InfraDigital – 23.04.2020 – Fundo de investimentos focado em infraestrutura digital tem ativos de US$ 20 bilhões em data centers, redes de fibra óptica e torres de celular A disputa pelos ativos de rede da Oi Móvel ganhou um novo capítulo com a inciativa da Highline do Brasil em comprar não só […]

Por Redação

em 23 de Julho de 2020

Nelson Valêncio, do InfraDigital – 23.04.2020 –

Fundo de investimentos focado em infraestrutura digital tem ativos de US$ 20 bilhões em data centers, redes de fibra óptica e torres de celular

A disputa pelos ativos de rede da Oi Móvel ganhou um novo capítulo com a inciativa da Highline do Brasil em comprar não só a infraestrutura física como também a carteira de clientes. Até então a negociação se encaminhava para a venda da operadora para as outras três grandes do setor – Vivo, TIM e Claro. Havia um interesse pelas torres da Oi, alvo inicial da Highline que atua na oferta de rede neutra de telecomunicações, ou seja, uma rede com dono, mas que pode ser usada por quem pague por ela, incluindo torres e instalações em topo de prédios.

Com a mudança no jogo, a Highline ganha a preferência para comprar não só toda a infraestrutura como a carteira de clientes. A ideia aventada pelo mercado é que a companhia ficaria com a infraestrutura – de redes de fibra óptica a torres de celular – e poderia negociar a passagem dos clientes para as operadoras móveis remanescentes. O total da negociação seria de R$ 15 bilhões e a venda seria decidida até o final do ano. Pelas condições atuais, a Highline teria preferência para cobrir a oferta.

Infraestrutura digital ganha espaço com a crise

Mais interessante do que a própria Highline é a sua controladora, o fundo de investimento Digital Colony, que detém ativos de mais de US$ 20 bilhões em infraestrutura digital. Na avaliação dela, o termo inclui as torres, as redes de fibra óptica, data centers e estações rádio base (ERBs). Mais que os ativos em si e buscados como fonte de investimentos, a Digital Colony entende do gerenciamento desse aparato. O know how foi sendo desenvolvido em mais de 25 anos de atuação no setor e está alinhado com o conceito de rede neutra.

Para as operadoras é um grande negócio agora que ter uma infraestrutura própria não é estratégica como foi no começo da implementação da telefonia móvel no Brasil, por exemplo. A melhor imagem para ilustrar o quão estratégica era essa disputa está ao longo de várias rodovias, onde é comum a visão de duas torres de celular, uma ao lado da outra. Esse era o cenário anterior. O novo prevê empresas que conheçam profundamente o metier infraestrutura e estejam focadas nele. É a era da Infraestrutura Digital.