Redação – 18.02.2021 –
Demanda por banda impulsionada pelas nova infraestrutura deve ampliar ativação de fibra óptica avaliam especialistas
Uma nova sigla começa a despontar em telecomunicações, a FTTA ou fiber to the antena. Traduzindo para o português seria fibra até a antena, ou seja, a expansão da infraestrutura óptica até as antenas de 5G. É como se pensássemos em pavimentar uma estrada mais nova e com maior capacidade para dar conta do aumento de tráfego tanto do usuário na ponta da rede como o das pequenas células (small cells), estações de menor porte que complementam a cobertura das estações rádio base (ERBs) tradicionais.
Essa é a avaliação de Marco Paulo Giannetti, coordenador técnico da Fibracem. Para ele, a expansão deve ocorrer usando-se o cabeamento subterrâneo, com abertura de microvalas e instalação de microcabos ópticos. “A mudança para este modelo de infraestrutura de rede não altera a eficiência da transmissão dos dados. A única diferença são os cabos, que necessitam de atualização no design construtivo e nos materiais das proteções das fibras. Isso deve ocorrer para eles não assimilarem os esforços durante os processos de instalação e de operação”, explica Giannetti.
A avaliação do especialista considera a densidade que o 5G vai agregar. Hoje, as redes 4G permitem uma densidade de até 100 mil conexões por km², cenário que deve mudar com a quinta geração. A atualização para o 5G, de acordo com a Fibracem, pode levar a um milhão de conexões na mesma área. A nova amplitude de rede abre espaço para a proliferação de dispositivos ligados à Internet das Coisas (IoT) em diversas áreas. E mudar um pouco a configuração da rede.
Isso deve ocorrer porque a inovação da IoT vai fazer com que os serviços de banda larga precisem acompanhar esse desenvolvimento. Um dos meios possíveis é a integração de hot-spots 5G, aparelhos parecidos com os atuais modens, nas residências. Esses equipamentos serão acompanhados de um SIM card conectado diretamente à rede móvel, o que garante que a casa esteja toda interligada por meio de diversas tecnologias, como WiFi6, Bluetooth e serviços em nuvem.
O 5G não vai ser usado apenas no campo doméstico, mas também deve se expandir para os mais diversos locais por meio da instalação de antenas de pequeno porte. Para que isso seja possível no Brasil, o país vai realizar em 2021 o leilão de frequências, composta por duas rodadas, que ofertarão frequências de 700 MHz, 2,3 GHz, 3,5 GHz e 26 GHz, tanto em blocos regionais quanto no âmbito nacional.
Um meio facilitador para esse processo foi a Lei Geral das Antenas, aprovada em setembro do ano passado. A legislação permite que os equipamentos sejam instalados caso a empresa esteja dentro das normas e se as entidades competentes não se manifestarem em até 60 dias após o pedido de licenciamento.