Redação – 22.06.2022 – Implementação de casos de uso Internet das Coisas (IoT), conduzidos pelo LSI-TEC e financiados pelo BNDES, podem ampliar o monitoramento de áreas urbanas, melhorar os tempos de resposta dos serviços de emergência e da mobilidade e a gestão da segurança dos pedestres
A cidade de São Paulo está sendo palco para um projeto de cidades inteligentes conduzido pelo Laboratório de Sistemas Integráveis Tecnológicos (LSI-TEC). Financiado pelo Banco Nacional de Desenvolvimento Econômico e Social (BNDES) dentro do Plano Nacional de IoT, diversas aplicações de Internet das Coisas (IoT) estão sendo implementadas. O valor total do projeto é de R$ 5,3 milhões.
Um dos experimentos utiliza sensores em veículos para monitorar acidentes e cenas de crimes. O outro instala sensores em semáforos para enviar alertas automáticos às viaturas policiais ou centrais de controle, de forma remota, a custo muito mais baixo comparado com as soluções existentes. Um dos parceiros é a American Tower, que fornece sua rede neutra LoRaWAN para conectar os dispositivos de IoT.
Segundo Marcelo Zuffo, professor titular da Poli-USP e conselheiro científico-tecnológico dos pilotos, o projeto de cidades inteligentes pode trazer benefícios relevantes de impacto socioeconômico para a população. Entre eles, está a diminuição do tempo de socorro em casos de acidentes, aumento da eficiência das abordagens da polícia e otimização do processo de programação de semáforos, contribuindo para uma maior segurança nas travessias e melhora da fluidez do tráfego.
Casos de uso
O primeiro caso de uso de cidades inteligentes em São Paulo envolve a aplicação de sensores de IoT em automóveis para identificação e notificação de padrões que podem caracterizar acidentes ou atividades suspeitas. O programa já apresenta os primeiros resultados, como o dispositivo piloto Sentinela, desenvolvido com tecnologia nacional para identificar e notificar situações de risco de vida e ações criminosas.
O dispositivo faz a leitura das placas dos carros, monitora o ambiente e identifica situações de risco a partir de imagens de uma câmera, usando Inteligência Artificial. Os eventos são notificados por meio da rede LoRaWAN para um servidor remoto.
No segundo caso de uso, de mobilidade urbana, é investigado o potencial da tecnologia para monitoramento e controle da rede semafórica, com o objetivo de gerar uma maior segurança nas travessias de pedestres e melhorar a fluidez no tráfego de automóveis. O piloto foi testado ainda em março, com dispositivos aplicados em dois semáforos na Cidade Universitária.
Ao fim dos testes, previstos para o segundo semestre de 2022, os resultados serão publicados, de forma a ampliar a disseminação do conhecimento sobre a tecnologia. Os relatórios de experiência em campo podem ajudar a disseminar o conhecimento da tecnologia aplicada e servir de subsídio para aperfeiçoar estruturas regulatórias, visando facilitar a introdução de IoT e de novos modelos de parceria do Estado com a iniciativa privada.
Cooperação financeira
Para a execução dos pilotos, foi estabelecida uma rede de colaboração em que diferentes instituições cooperaram no financiamento, na implantação da solução e na disponibilização de tecnologia e ambientes para execução dos pilotos. Além da American Tower, também participam do projeto a Polícia Militar do Estado de São Paulo (PMESP), a Secretaria de Segurança Pública do Estado de São Paulo (SSP-SP), a Companhia de Engenharia de Tráfego (CET) e a Secretaria Municipal de Mobilidade e Transportes de São Paulo.
Os experimentos contam, ainda, com o apoio do grupo automotivo Stellantis, da Smart Modular Technologies, provedora nacional de memórias digitais de última geração, e da Deloitte, consultoria especializada em transformação digital, que fiscaliza e elabora o relatório de avaliação do potencial impacto social dos projetos.