Asfalto morno já supera 30% do total aplicado nas ruas de Porto Alegre

Redação – 28.10.2022 – Tecnologia é opção para lidar com ambientes com baixas temperaturas e traz vantagens na redução de consumo de combustível de usinas de asfalto  A primeira capital do Brasil a investir no asfalto morno completou o mês de setembro de 2022 com 31,32% da pavimentação em suas vias públicas utilizando essa tecnologia. Os […]

Por Redação

em 28 de Outubro de 2022
Redação – 28.10.2022 – Tecnologia é opção para lidar com ambientes com baixas temperaturas e traz vantagens na redução de consumo de combustível de usinas de asfalto 

A primeira capital do Brasil a investir no asfalto morno completou o mês de setembro de 2022 com 31,32% da pavimentação em suas vias públicas utilizando essa tecnologia. Os dados sobre a utilização em Porto Alegre (RS) do que é conhecido em outras partes do mundo como ‘warm mix asphalt’ são da Secretaria Municipal de Serviços Urbanos (SMURB). 

O asfalto morno proporciona a redução de mais de 30% no consumo de combustível da usina de asfalto, redução de 15% nas emissões de gases de efeito estufa (GEE) e aumento estimado de 20% na durabilidade da pavimentação, devido à redução na oxidação do ligante.  

Segundo Marcos Garcia, secretário da SMURB, o uso do asfalto morno é uma forma de lidar com ações de pavimentação durante o inverno gaúcho. “Com a implementação do asfalto morno, desde o ano passado, conseguimos avançar com as melhorias na cidade mesmo em dias com baixas temperaturas. Isso é fundamental para cumprirmos nossa programação e entregar ruas melhores aos cidadãos de Porto Alegre.” 

A tecnologia é adequada para qualquer época do ano, mas é largamente utilizada em regiões mais frias. Isso ocorre pois o asfalto normalmente aplicado nas vias, em geral misturas a quente conhecidas como CBUQ (concreto betuminoso usinado a quente), trabalham com temperaturas de produção acima dos 165°C. 

Desse modo, operar e aplicar o asfalto convencional em dias muito frios fica tecnicamente inviável. Já o asfalto morno, além de oferecer redução de custos, corte nas emissões de GEE e proporcionar aumento da durabilidade do pavimento, resolve o problema da aplicação do asfalto em dias frios, como ocorre no Rio Grande do Sul, Santa Catarina, Paraná, São Paulo e nas regiões serranas de Minas Gerais. 

Na Europa e na América do Norte, o asfalto morno responde por quase metade de toda a pavimentação. No Brasil, ele vem sendo aplicado desde 2015, mas o uso dessa tecnologia cresceu a partir de 2021, com a adoção para vias urbanas em Porto Alegre e Curitiba (PR), e em estradas de Santa Catarina e São Paulo. A capital gaúcha foi a primeira grande cidade brasileira a apostar no produto. 

Evotherm

A multinacional americana Ingevity é a produtora mundial da tecnologia Evotherm, que viabiliza a produção do asfalto morno a temperaturas de, pelo menos, 40° C abaixo das habituais para produção do asfalto convencional. 

Desde 2021, com o objetivo de reduzir custos e impactos ambientais gerados por obras rodoviárias no País, o Departamento Nacional de Infraestrutura Terrestre (DNIT) definiu procedimentos que vêm impulsionando a utilização do asfalto morno no Brasil. Segundo a Ingevity, o asfalto morno é ideal para uso juntamente com o chamado material fresado, extraído de pavimentos antigos. 

A especificação do DNIT estabelece a sistemática a ser empregada na execução de camada do pavimento por meio da produção de mistura asfáltica reciclada, utilizando material de pavimento asfáltico fresado ou removido do pavimento (RAP). As temperaturas indicadas para a produção são baixas, o que torna a tecnologia do asfalto morno ideal para viabilizar a reutilização de asfalto fresado.