Copersucar enxerga etanol como forma de transição para carros elétricos

Redação – 04.11.2022 – No Brasil, veículo abastecido com biocombustível emitiria, proporcionalmente, mesma quantidade de carbono de um carro elétrico 

A Copersucar, fornecedora de açúcar e etanol, entende que o combustível provido da cana-de-açúcar é uma opção viável e sustentável para o Brasil fazer a transição para os carros elétricos. De acordo com a empresa, hoje, um veículo elétrico emite, proporcionalmente, a mesma quantidade de carbono que um carro movido à combustão e abastecido com etanol. 

No entanto, quando comparado à Europa, onde a matriz energética não é tão limpa quanto a brasileira, a intensidade de carbono de um automóvel elétrico é o dobro do mesmo meio de transporte abastecido com o biocombustível. 

De acordo com o presidente do Conselho de Administração da Copersucar, Luis Roberto Pogetti, a mobilidade urbana de todo o planeta passa por um momento de transição tecnológica onde é preciso estar atento às melhores alternativas. “Quando falamos de veículos movidos a partir de energia elétrica, é importante avaliar qual a fonte usada para a geração dessa energia. Não há uma solução única para todo o mundo quando o assunto é a sustentabilidade da mobilidade urbana.” 

A adoção do carro elétrico no Brasil pode demorar, visto que há o desafio no preço dos veículos e a questão de infraestrutura para carregamento dos veículos. Por isso, a Copersucar entende que o País pode apostar em uma tecnologia que já está pronta e disseminada: o etanol. “Com o etanol, o país já tem uma rede de revenda com postos adaptados e bombas exclusivas, um produto competitivo e disponível em todo o território, com baixa emissão de poluentes.” 

Brasil é exemplo 

O posicionamento é endossado por Evandro Gussi, presidente e CEO da União da Indústria da Cana-de-açúcar e Bioenergia (UNICA), que entende que o Brasil é exemplo para diversos países que utilizam o etanol como alternativa energética veicular. “Em 2021, o Reino Unido decidiu ampliar a mistura de etanol à gasolina de 5% para 10%, e a Índia pretende chegar a 2025 com 20% de mistura, meta antecipada em cinco anos. Mais de 60 países adotam ações semelhantes”, destaca. 

Na visão do executivo da Copersucar, Pogetti, não há uma solução única para todo o mundo quando o assunto é sustentabilidade da mobilidade urbana. “No contexto atual, o carro elétrico pode não ser aplicável mundialmente, mas novas tecnologias vêm sendo desenvolvidas. O carro híbrido é um deles, em que se usa o motor elétrico apoiado pelo etanol”, frisa Pogetti. 

Ele ainda destaca o papel do setor sucroenergético na economia como um todo. A energia elétrica proveniente da queima do bagaço abastece hoje cerca de 10 milhões de residências, segundo ele. “Da vinhaça e da torta de filtro já é possível produzir biogás, podendo ser utilizando como gás natural e energia elétrica, com possibilidade de evolução para biometano, que pode, futuramente, substituir o diesel na frota pesada. Com a vinhaça ainda é possível fertilizar e irrigar a lavoura”, completa Pogetti.