Redação – 29.05.2023 – Especialista do Dnit comenta que tanto empresas quanto a academia não estão totalmente preparadas sobre o uso do material fresado
Apesar de ter casos de uso que datam da década de 1960, a reciclagem do pavimento ainda não se popularizou no Brasil. Até hoje, não há dados consolidados sobre o uso da técnica e falta unificação de informações, conforme diz Luciana Dantas, coordenadora do Instituto de Pesquisas Rodoviárias do Dnit (Departamento Nacional de Infraestrutura de Transportes). Isso impede que o uso do material fresado na pavimentação seja mais massificado.
A especialista lembra que a técnica de reciclagem de asfalto é altamente artesanal. “Precisa fazer um projeto de dosagem e no campo de obras você tem que ter muito cuidado. As empresas não estão muito interessadas nesse etapa, em fazer essa dosagem de forma correta, porque é custosa. E aí, quando vai executar, tem um insucesso e a reciclagem fica em desuso porque foi mal executada.”
Luciana defende uma evangelização da reciclagem no mercado brasileiro. “Precisamos tornar a reciclagem mais conhecida e mais acessível e eventos como a Paving Expo são importantes para mostrar o potencial da técnica”, afirma. De acordo com ela, quanto mais se divulgar a reciclagem do pavimento, mais pessoas vão considerar usá-la. “Quando o profissional for fazer a solução dele, ele vai lembrar ‘eu estudei no fórum e vi que a técnica de reciclagem é promissora’.”
A academia também precisa cumprir seu papel. Luciana explica que, por participar de vários eventos, recebe muitos artigos técnicos e percebeu que os próprios professores não têm acesso às informações. Como resultado, eles fazem seus alunos estudarem coisas que já são sedimentadas no mercado. É preciso que a academia também se prepare melhor para que seus alunos estudem conteúdo relevante.