“AI-tocracia”: China usa inteligência artificial para reconhecimento facial

Redação – 19.07.2023 – Pesquisadores norte-americanos indicam aplicação da tecnologia para monitoramento de dissidências políticas A inteligência artificial está sendo usada como ferramenta de reconhecimento facial na China. O recurso vem sendo aplicado em combinação com uso de câmeras e outros dispositivos no monitoramento de dissidentes políticos. O tema foi abordado em um artigo do […]

Por Redação

em 19 de Julho de 2023
Redação – 19.07.2023 – Pesquisadores norte-americanos indicam aplicação da tecnologia para monitoramento de dissidências políticas

A inteligência artificial está sendo usada como ferramenta de reconhecimento facial na China. O recurso vem sendo aplicado em combinação com uso de câmeras e outros dispositivos no monitoramento de dissidentes políticos. O tema foi abordado em um artigo do Quarterly Journal of Economics intitulado AI-tocracia, brincando com a mistura da sigla de Inteligência artificial em inglês (AI).

De acordo com o site de notícias do MIT, a discussão está sendo liderada pelo economista e professor do MIT, Martin Beraja, co-autor do artigo junto com Andrew Kao, candidato a doutorado em economia na Universidade de Harvard. O material também é assinado por David Yang, professor de economia em Harvard, e Noam Yuchtman, professor de administração na London School of Economics.

Definição da “AI-tocracia”

Para conduzir o estudo, eles se basearam em evidências que abrangem grande parte da última década. Para catalogar instâncias de agitação política na China, foram usados dados do Projeto Banco de Dados Global de Eventos, Linguagem e Tom (GDELT), que registra feeds de notícias globalmente. A equipe revelou 9.267 incidentes de agitação entre 2014 e 2020.

Ao mesmo tempo, os pesquisadores fizeram outra busca e examinaram registros de quase 3 milhões de contratos de aquisição emitidos pelo governo chinês entre 2013 e 2019, a partir de um banco de dados mantido pelo Ministério das Finanças da China. Eles descobriram que a aquisição de serviços de IA de reconhecimento facial pelos governos locais e ferramentas complementares de segurança pública – câmeras de vídeo de alta resolução – aumentou significativamente no trimestre após um episódio de agitação pública naquela área.

A partir desse cruzamento, eles argumentam que os funcionários do governo chinês estavam respondendo claramente às atividades públicas de dissidência, ao aumentar a tecnologia de reconhecimento facial. Os estudiosos concluíram ainda que a tecnologia de reconhecimento facial estava sendo implantada em resposta a protestos anteriores e, em seguida, reduzindo os níveis de protestos.