Redação – 06.12.2023 – Especialistas apresentaram oportunidades de finanças verdes a investidores e fundos de investimentos do Reino Unido que atuam ou têm interesse de entrar no mercado brasileiro
O Fórum de Finanças Verdes: oportunidades de investimentos do setor privado no Brasil, realizado entre os dias 13 e 17 de novembro em Londres, buscou apresentar o potencial brasileiro para investimentos verdes, bem como o do ambiente de negócios do Brasil para projetos ambientalmente sustentáveis. O público, composto de investidores e fundos de investimento britânicos que atuam ou têm interesse de atuar no País, pode conferir dados sobre o mercado brasileiro apresentados por especialistas da Redirection International, assessoria especializada em fusões e aquisições (M&A) cross-border.
O principal ponto forte do Brasil é sua matriz energética com cerca de 50% formada por fontes renováveis, o que coloca o País em uma posição de potencial liderança global tanto no setor de renováveis quanto de energia e materiais de base biológica e de mercado de carbono, movimentando cerca de R$ 625 bilhões nos próximos 20 anos, segundo projeções da consultoria McKinsey.
Segundo Adam Patterson, um dos sócios da Redirection, os fatores ESG são cada vez mais relevantes para os investidores globais e o Brasil está liderando o caminho em muitas frentes, especialmente em investimentos verdes em renda fixa e variável, energia limpa, mercado de carbono, hidrogênio verde, combustíveis de próxima geração e agricultura sustentável. “E mesmo que às vezes receba má publicidade internacional, também é líder em proteção ambiental e possui amplos recursos energéticos, alimentares, hídricos e florestais”, explica.
De acordo com o economista, além da biodiversidade e dos recursos naturais, outros fatores colocam o Brasil em evidência no cenário global como, por exemplo, a estabilidade econômica e o compromisso com os protocolos internacionais relacionados ao meio ambiente. “Apesar dos desafios domésticos em um mundo de estresse geopolítico, o Brasil se destaca como uma enorme e relativamente estável economia emergente, especialmente na transição de descarbonização.”
Ele ainda aponta que, do ponto de vista sustentável, o Brasil é o mais atraente dos Brics. “Além disso, tendências como Friendshoring – uma prática comercial crescente em que as redes da cadeia de abastecimento se concentram em países considerados aliados políticos e econômicos – realmente fazem do Brasil uma proposta de valor interessante”, afirma Patterson.
“O Reino Unido é o segundo maior player em fusões e aquisições internacionais com base no Brasil e um importante parceiro comercial do País. Por isso, temos buscado constantemente essa aproximação, demonstrando o potencial brasileiro para novos investimentos, sobretudo no mercado de finanças sustentáveis, que é uma tendência mundial e apresenta uma demanda crescente”, destaca João Caetano Magalhães, diretor da Redirection que mantém um escritório em Londres e já promoveu outras missões semelhantes nos últimos anos.