MME acredita mais nos biocombustíveis do que na eletrificação de automóveis para diminuir emissões

Redação – 22.05.2024 – Coordenador do ministério aponta que, para diminuir as emissões de GEE, o Brasil precisa eletrificar sua frota e usar mais biocombustíveis, e a segunda opção é o que está mais perto da realidade do País O setor de transportes é responsável pela emissão de 47% das emissões de Gases de Efeito […]

Por Redação

em 22 de Maio de 2024
Divulgação: banco de imagens.
Redação – 22.05.2024 – Coordenador do ministério aponta que, para diminuir as emissões de GEE, o Brasil precisa eletrificar sua frota e usar mais biocombustíveis, e a segunda opção é o que está mais perto da realidade do País

O setor de transportes é responsável pela emissão de 47% das emissões de Gases de Efeito Estufa (GEE) no Brasil. De longe, é o setor que mais polui e precisa de alternativas para zerar as emissões. Os dados foram apresentados pelo coordenador geral do de etanol e biometano do Ministério de Minas e Energia, José Nilton de Souza Vieira, na palestra “Programa de transição energética e os combustíveis do futuro”, durante o XII Seminário de Energia ontem (21/5) em Cuiabá (MT)

A meta do Brasil é reduzir em 10% a intensidade de carbono, sendo que atualmente é de 74gCO2/MJ. Ele apontou que será difícil para o país cumprir os 80% de redução das emissões de carbono em 2040, bem como chegar aos 50% em 2030, como celebrado no Acordo em Paris, durante a COP na capital da França. “Se a gente compara a nossa situação, a nossa matriz elétrica, a nossa matriz de transporte, com países que dependem muito mais de combustíveis fósseis, a probabilidade que eles venham a cumprir também é muito pequena”, disse na palestra.

A eletrificação dos veículos é uma das alternativas, bem como os combustíveis do futuro com incentivo de uso de biocombustíveis, por meio do programa Renovabio. Se o Brasil mantiver o ritmo de vendas atual – com crescimento de 50% ao ano – seria possível chegar a 2033 com 40% dos veículos novos comercializados sendo elétricos.

Mas Vieira não aposta tanto nessa opção. Ele defende que, no caso brasileiro, a redução da intensidade de carbono passa pelos incentivos com biocombustíveis produzidos de maneira sustentável. O País tem se destacado em programas para incentivar a produção de biocombustíveis como aumento da mistura do álcool anidro na gasolina, a produção de etanol e uso de biodiesel. Contudo, o mercado de biocombustíveis ainda representa de 20% de energia no setor de transportes.

A questão é que o etanol representa perto de 40% do consumo, enquanto a gasolina ainda é mais consumida do que o etanol, como lembrou Vieira. Isso acontece porque o etanol tem um conteúdo energético que é em torno de 70% do conteúdo energético da gasolina, o que faz os consumidores não confiarem tanto no produto. Portanto, o uso de biocombustíveis precisa ser mais incentivado tanto em pesquisa tecnológica para aumentar sua eficiência quanto em questão de custos.