Descentralização do tratamento pode ajudar o Brasil na desigualdade de acesso a esgoto

Redação – 06.08.2024 – Estudo aponta que 90 milhões de pessoas vivem no país sem acesso à coleta de esgoto A descentralização do tratamento de esgoto pode ser uma solução eficaz para universalizar a coleta de esgoto no Brasil, serviço inacessível para cerca de 90 milhões de brasileiros como mostram dados do Ranking do Saneamento […]

Por Redação

em 6 de Agosto de 2024
Redação – 06.08.2024 – Estudo aponta que 90 milhões de pessoas vivem no país sem acesso à coleta de esgoto

A descentralização do tratamento de esgoto pode ser uma solução eficaz para universalizar a coleta de esgoto no Brasil, serviço inacessível para cerca de 90 milhões de brasileiros como mostram dados do Ranking do Saneamento de 2024, publicados pelo Instituto Trata Brasil. Sistemas alternativos descentralizados podem ser eficazmente implantados em áreas não atendidas pelos sistemas tradicionais, ajudando a acabar com o despejo de esgoto indevido no país.

Um sistema descentralizado de tratamento de esgoto funciona através da implementação de unidades de tratamento menores, localizadas próximas aos pontos de geração do esgoto, como residências, condomínios, comunidades ou indústrias. Esse sistema trata o esgoto localmente, por meio de diversas tecnologias. Após o tratamento, a água pode ser reutilizada ou descartada de forma segura no meio ambiente. Esse modelo reduz a necessidade de grandes redes de coleta e infraestrutura centralizada, proporcionando uma solução mais rápida, econômica e sustentável, especialmente em áreas rurais ou de baixa densidade populacional.

Segundo Sibylle Muller, CEO da NeoAcqua, a descentralização oferece várias vantagens, como a redução de custos operacionais, maior flexibilidade na implementação de soluções personalizadas e a possibilidade de atender rapidamente áreas sem infraestrutura adequada. Além disso, esses sistemas podem ser mais sustentáveis e menos dependentes de grandes investimentos em infraestrutura centralizada.Sibylle Muller, CEO da NeoAcqua. Ela propõe o uso desses sistemas especialmente em áreas não atendidas pelos sistemas tradicionais.

Políticas públicas que incentivem a adoção de sistemas descentralizados e investimentos em pesquisa e desenvolvimento para aprimorar tecnologias eficientes são cruciais. “O Brasil enfrenta um desafio monumental na área de saneamento básico e é essencial explorar todas as opções disponíveis. A descentralização do tratamento de esgoto pode desempenhar um papel crucial na universalização do acesso a saneamento adequado e na proteção do meio ambiente”, afirma Sibylle.

Além de reduzir custos operacionais, estações de tratamento descentralizadas permitem eficiência e manutenção mais simples que estações de tratamento centralizadas, tornando-se uma solução econômica e sustentável. Segundo dados da Organização Mundial da Saúde, cada real investido em saneamento economiza nove reais em saúde, evidenciando os benefícios de um sistema de tratamento mais acessível e eficaz.