A ISA CTEEP conseguiu aprovar seu primeiro projeto do sistema elétrico nacional com tecnologia FACTS (Flexible Alternating Current Transmission Systems ou Sistemas de Transmissão de Corrente Alternada Flexíveis, na tradução) do tipo M-SSSC (Modular – Static Synchronous Series Compensator ou Compensador Estático Síncrono Série Modular, na tradução). A autorização concedida pela Agência Nacional de Energia Elétrica (Aneel) vale para a subestação em Ribeirão Preto (SP).
A tecnologia, inédita no Brasil, deve gerar maior flexibilidade operativa e estabilidade ao sistema de transmissão, pois otimiza o uso das linhas existentes e evita a execução de obras convencionais, como reconstrução de linhas de transmissão. Foram dois anos de estudos realizados em conjunto com a Empresa de Pesquisa Energética (EPS) e Operador Nacional do Sistema (ONS).
A ISA CTEEP explica que o tipo de FACTS utilizado é um dispositivo de controle de potência modular e flexível que permite redirecionar o fluxo de energia dos circuitos sobrecarregados para outros que estão mais ociosos, maximizando o aproveitamento do sistema elétrico existente.
A Aneel acredita que o uso da tecnologia para controle de fluxo de potência permitirá uma otimização do sistema de transmissão, com postergação de investimentos, menor custo global de alternativas e possibilidade de uso dos equipamentos em outras localidades do sistema.
Planejamento da ISA CTEEP com tecnologia FACTS
A solução proposta pela ISA CTEEP vai se desdobrar em duas fases no Estado de São Paulo: uma conjuntural e temporária na subestação Ribeirão Preto, que poderá ser instalada no primeiro semestre de 2025, e outra estrutural e permanente nas subestações Votuporanga e São José do Rio Preto, prevista para 2027, a fim de evitar obras adicionais envolvendo linhas de transmissão.
A primeira atenderá a uma necessidade emergencial da região, em especial da demanda industrial por energia, enquanto a companhia executa obras de reforço em linhas de transmissão, de forma a aliviar o sistema elétrico e antecipar o desenvolvimento econômico local.
A transmissora diz que o projeto coloca o Brasil em linha com práticas internacionais, com casos de sucesso em países como Colômbia, Estados Unidos e Inglaterra. A expectativa é de que, ao longo dos próximos anos, o uso dessa solução se torne mais comum no País, permitindo uma operação flexível, eficiente e sustentável do sistema elétrico.
O investimento estimado é de cerca de R$ 75 milhões para a primeira fase na região de Ribeirão Preto, com custo adicional de R$ 15 milhões para o transporte e a instalação permanente dos equipamentos na segunda fase, contemplando a região de Votuporanga e São José do Rio Preto.