Fibra óptica tem espaço para crescer no Brasil, mas movimentos são mais estratégicos

Em painel no Futurecom 2024, empresas que atuam no mercado de fibra óptica debateram o potencial de crescimento da infraestrutura no Brasil

Por Redação

em 14 de Outubro de 2024

Durante o painel “Redes de fibras ópticas” realizado quarta-feira no Futurecom 2024, as empresas que atuam no mercado de fibra óptica, desde fornecedores a operadoras, debateram o potencial de crescimento dessas redes no Brasil. Alex Jucius, CMO da FiBrasil, disse que há espaço para aumentar a capilaridade, mas os investimentos têm sido mais estratégicos.

“Muitas áreas ainda não estão cobertas e também há oportunidades para trocar a tecnologia”, disse o executivo, ressaltando que o ritmo diminuiu em comparação aos anos anteriores não só por causa do grande trabalho dos provedores ao longo da última década, mas também pela expansão de satélites de baixa órbita. “Hoje se tem outras alternativas para conectar lugares distantes como a Amazônia.”

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Para Reinaldo Jeronymo, diretor presidente da fabricante chinesa YOFC Brasil Cabos e Soluções, os provedores estão buscando mais previsibilidade e produtos com maior longevidade, que garantam cerca de 30 anos de durabilidade. Isso porque a questão maior agora é o Custo Total de Propriedade (TCO, na sigla em inglês), uma fórmula que calcula todos os custos de um ativo, produto ou ferramenta, desde a compra até o fim de sua vida útil.

Ainda segundo Jeronymo, os fornecedores estão focados em resolver problemas de provedores e operadoras incluindo questões de roubo e espaço em postes, apresentando soluções que solucionem esses desafios, como cabos enterrados, por exemplo.

Competição no mercado de fibra óptica

A competição no mercado brasileiro de serviços de telecom influenciou a Vivo a apostar em uma operadora de rede neutra, a FiBrasil, joint venture da Telefônica com o CPQD. Jucius explicou que a transformação da rede de fibra óptica em um serviço fez maximizar o uso da infraestrutura e diminuiu os custos.

Ele contou que há cidades onde sete provedores atuam na mesma fibra, por exemplo, e que há 40 contratos com provedores sem incluir a própria Vivo, o que indica que não há uma preferência por atendimento à operadora.

O executivo não acha que os satélites da Starlink e Amazon sejam um concorrente de peso, pois a conectividade via satélite é complementar. “Há lugares onde a fibra é mais competitiva e outros onde o satélite é a melhor alternativa”, completou.