A fabricante de cimento InterCement Brasil bateu, em setembro, o recorde de 42,91% de substituição térmica no forno 1 da fábrica de Cezarina (GO). Isso significa a troca de uma parte significativa de combustíveis fósseis utilizados para a fabricação de cimento na InterCement por fontes alternativas de energia, obtidas pelo coprocessamento.
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O coprocessamento é uma tecnologia que envolve a utilização de resíduos industriais e urbanos, biomassa e pneus inservíveis e não recicláveis em substituição aos combustíveis fósseis tradicionais, como o carvão mineral e o coque de petróleo. Entre os benefícios do processo está a diminuição significativa na emissão de Gases do Efeito Estufa (GEE) e a redução de necessidade de destinação de materiais em aterros sanitários, fortalecendo a economia circular.
Em Cezarina, a substituição térmica foi alcançada por meio do projeto Venturi, equipamento que permitiu maior incorporação de combustível alternativo sem comprometer os níveis de oxigênio do forno. Além da instalação desse sistema de ventilação, a adição de pneus ao mix de resíduos utilizado no coprocessamento foi essencial, já que estes têm um poder calorífico maior e, mesmo em menor quantidade, são capazes de gerar mais energia.
“Tivemos uma curva de aprendizado importante, com reuniões diárias com time de produção, manutenção, qualidade, processos e coprocessamento, com mudanças de método de controle de cloro, composição dos resíduos e operação”, destaca Romulo Barbieri, gerente de Produção da InterCement.
Coprocessamento avançou na indústria
O coprocessamento alcançou, em 2022, 30% de participação na matriz energética do setor, antecipando a meta prevista para 2025. Foram 3,035 milhões de toneladas de resíduos processados, sendo 2,856 milhões de toneladas de combustíveis alternativos e 179 mil toneladas de matérias-primas substitutas.
A atividade minimiza o descarte em aterros ao substituir o combustível fóssil por resíduo industrial, comercial, doméstico e biomassas. Ao todo, a troca de combustíveis fósseis por alternativos contribuiu para que fossem evitadas cerca de 2,9 milhões de toneladas de CO2 no ano.