A Engie Brasil Energia registrou R$ 666 milhões de lucro líquido ajustado no terceiro trimestre de 2024 (3T24), valor 28,2% abaixo do alcançado no 3T23. O Ebitda ajustado também apresentou queda de 5,8% na comparação com R$ 1,7 bilhão neste ano. A receita operacional líquida foi de R$ 2,5 bilhões, aumento de 0,9% frente ao mesmo período do ano anterior, com efeito positivo em razão do aumento do volume de vendas e das receitas de transmissão.
Dentre os efeitos, destaca-se a venda parcial da participação na TAG e aumento em custos de material e serviços de terceiros, fatores atenuados pela redução dos custos com compra de energia elétrica para portfólio e resultado positivo nas operações no mercado de curto prazo.
A Engie aportou R$ 1,9 bilhão em novos projetos no terceiro trimestre, chegando a R$ 7,5 bilhões investidos nos nove primeiros meses do ano. Os valores se destinaram, majoritariamente, à conclusão de obras em complexos eólicos e fotovoltaicos, além do valor comprometido para a aquisição de ativos fotovoltaicos realizada pela Companhia em fevereiro deste ano.
Parque gerador da Engie Brasil Energia
No final do 3T24, a empresa contava com 9.290,2 MW de capacidade instalada própria, operando um parque gerador de 11 GW, composto de 109 usinas, sendo 11 hidrelétricas e 98 complementares — centrais a biomassa, PCHs, eólicas e solares — das quais 105 pertencem integralmente à companhia e quatro (as hidrelétricas Itá, Machadinho e Estreito e a usina de cogeração a biomassa Ibitiúva Bioenergética) são comercialmente exploradas por meio de parcerias com outras empresas.
Em agosto, o Conjunto Eólico Santo Agostinho, no Rio Grande do Norte, foi finalizado, entrando 100% em operação comercial. Com 70 aerogeradores e capacidade instalada de 434 MW, este é o quinto Conjunto Eólico da empresa em operação, somando cerca de 1,7 GW de potência instalada nesta fonte no país.
No mesmo mês, o início antecipado da operação comercial do Conjunto Eólico Serra do Assuruá, na Bahia, foi um marco na implantação de um dos maiores projetos de energia eólica já construídos em fase única pelo Grupo Engie no Brasil e no mundo. Composto por 24 parques eólicos em Gentio do Ouro, o empreendimento alcançou 80,4% do progresso da obra e tem conclusão prevista para o primeiro semestre de 2025, quando adicionará mais 846 MW de capacidade instalada ao parque gerador da Companhia.
Já a implantação do Conjunto Fotovoltaico Assú Sol, no Rio Grande do Norte, atingiu 58% do avanço das obras. O empreendimento terá capacidade instalada de aproximadamente 752 MWac (895 MWp). A entrada em operação comercial da primeira unidade fotovoltaica está prevista para ocorrer no quarto trimestre de 2024 e a operação comercial integral é esperada para o quarto trimestre de 2025.
Investimentos em transmissão de energia
Ainda no 3T24, a Engie arrematou o Lote 1 no Leilão de Transmissão Aneel 02/2024, com cerca de 780 quilômetros de extensão, a ser implantado nos estados de Santa Catarina, Paraná, Minas Gerais, São Paulo e Espírito Santo. O Sistema de Transmissão Graúna, como foi nomeado, inclui ainda a continuidade na prestação de serviços de 162,6 quilômetros de linhas de transmissão e duas subestações já existentes.
O terceiro trimestre de 2024 também foi marcado pelo início das obras do Sistema de Transmissão Asa Branca, que percorrerá os estados da Bahia, Minas Gerais e Espírito Santo, com um total aproximado de 1.000 quilômetros de linhas de transmissão, e que conta com a ampliação de cinco subestações associadas.
Neste primeiro trecho de obras, com 334 quilômetros de extensão entre a subestação Morro Chapéu II e a subestação Poções III, que passam 19 municípios da região Centro Sul da Bahia, devem ser gerados cerca de 2000 empregos diretos. Além de Asa Branca e Graúna, a Companhia possui mais de 2.700 km de linhas de transmissão energizadas no Paraná, Pará e Tocantins.
Evolução do Mercado Livre de Energia
No 3T24, a ENGIE Brasil Energia registrou aumento de 55,1% no total de consumidores livres com relação ao mesmo período do ano passado. A Companhia sustenta um market share de 7,5% na comparação ao total de energia livre.
O preço médio de venda de energia, líquido dos encargos sobre a receita e operações de trading, foi de R$ 215,96/MWh no terceiro trimestre, valor 3,6% inferior ao do 3T23, que foi de R$ 223,97/MWh. Desconsiderando o impacto dos ressarcimentos nos trimestres, o preço médio líquido de venda de energia passou de R$ 228,84/MWh no 3T23 para R$ 226,92/MWh no 3T24, redução de 0,8%.
A redução do preço entre os períodos foi motivada, majoritariamente, pela melhora no cenário hidrológico ocorrida nos últimos anos, combinada com o aumento de oferta de energias renováveis; e pelo acréscimo dos ressarcimentos anteriormente citados.