8 dicas para cuidar dos alimentadores vibratórios em britadores de mandíbula

Foto do banco de dados da Metso
Foto do banco de dados da Metso

 

 

Especial, da Redação – 28.10.2016 – 

Há três tipos de alimentadores para britadores de mandíbula: giratório, de sapatas e vibratório. Os dois primeiros são menos utilizados, pois destinam-se a minerações de grande porte. O de sapatas, peculiariamente, é ainda destinado a operar com material aderente ou quando há grande quantidade de material fino e úmido. O alimentador vibratório é, portanto, o mais usual e destinado a britagem de médio e pequeno portes com tamanho limitado a 12 polegadas. É por isso que o InfraROI listou as oito principais práticas de manutenção para esses sistemas, cuja operação fidedigna pode representar toda a diferença na planilha de custo versus produtividade de um processo mineral.

1. Olhe de perto
Mesmo em britagem de médio e pequeno porte, para as quais são indicados os alimentadores vibratórios, a queda agressiva de materiais causa trincas na estrutura do alimentador. Por isso é preciso fazer inspeções mensais na estrutura e corrigir até mesmo as trincas mais insignificantes aparentemente. A abrasividade, por outro lado, não é a única causadora dessas erosões. Por isso, ao identificar uma rachadura, é preciso descobrir a causa que pode ser, por exemplo, a desconformidade de algum componente da máquina ou simplesmente o término da vida útil do alimentador. Se a trinca for pequena, a correção é simples e rápida. Basta executar um furo de 5mm ou 6mm na extremidade da trinca e posteriormente recuperá-la pelo método “bacalhau” (colocando uma chapa sobre a trinca) numa parada programada.

2. Tamanho do Alimentador
Em processos com poucas regras de manutenção, é comum encontrar alimentadores menores que o britador, o que é incorreto, pois faz com que o sistema receba material inferior à sua capacidade, gerando baixa produtividade. Além disso, a mandíbula do britador também não é gasta uniformemente, gerando manutenção ou troca precoce. Portanto, o ideal é usar o alimentador vibratório compatível com a largura do britador.

3. Lubrificação
A lubrificação dos alimentadores vibratórios não foge à regra de qualquer outro tipo de equipamento. Porém, em alguns modelos dotados de sistemas vibratórios diretos, há motor cardan e contrapeso e por isso são lubrificados com graxa. Os mais antigos usam óleo e a especificação do lubrificante é indicada pelo fabricante. Quando o sistema é lubrificado por óleo, há uma técnica de respiro, pois a movimentação das engrenagens gera gases. Esses gases causam pressão nos retentores e provocam vazamento de óleo e por isso devem ser dissipados. Se não houver esse respiro, é necessário providenciá-lo, de preferência afastado do tanque de óleo. Como os alimentadores trabalham em ambientes agressivos, o sistema de respiro também entope com o passar do tempo e necessita de reparo ou troca.

4. Inspeção das correias
Os eixos cardans de conexão dos motores ou de conexão entre mecanismos são dotados de correias que fazem dois tipos de movimentação: uma linear e outra giratória. Essa movimentação diferente pode fazer com que uma correia esteja mais frouxa do que a outra e, consequentemente, prejudique a tensão uniforme do sistema. Nesse caso é preciso verificar se elas apresentam frouxidão ou desgaste excessivo.

5. Leia os sinais vitais
Os alimentadores vibratórios incorporam gráficos de movimento que medem amplitude e inclinação nas extremidades de alimentação, na descarga dos sistemas, no início da operação e posteriormente a cada mês (para efeitos comparativos). Esses gráficos, quando mostram os lados direito e esquerdo da mesma forma, indicam regularidade de vibração do corpo do equipamento. Se estiverem diferentes, é sinal que um reparo precisa ser feito imediatamente. Há máquinas que fornecem essa informação em cartões magnéticos ou até mesmo impressos. As mais avançadas já incorporam medição eletrônica com auxílio de acelerômetros.

6. Avalie o tensionamento de parafusos
Verifique frequentemente o aperto dos parafusos seguindo o torque recomendado pelo fabricante. Em equipamentos vibratórios, todos os parafusos devem ser de alta resistência, de classe 8.8 ou superior, para suportar a ação do trabalho.

7. Amortecimento do sistema
A primeira indicação de precauções aos impactos sofridos pelos alimentadores vibratórios é o uso de amortecimentos. Uma das formas mais comuns de se fazer isso é colocando correntes pesadas ou pedaços de pneus para amortecer o impacto do basculamento na frente do sistema. Também é possível deixar um volume morto de material para receber parte do impacto e poupar o alimentador. Importante lembrar que o alimentador vibratório também tem o intuito de diminuir o impacto sofrido pelo britador e por isso ele é robusto, dotado de uma chapa de desgaste, localizada na parte inferior da tremonha, onde o material circula causando atrito. Na maioria das vezes essas chapas são em aço estrutural e levam parafusos. Quando esses parafusos começam a aparecer é sinal que a chapa está muito desgastada e é preciso trocá-la. Se o material for de polietileno ou de borracha, o desgaste da sua espessura é quem norteará a troca do material de resistência à abrasão. O desgaste é visual e pode ser acompanhando sem dificuldade pela equipe de manutenção do britador.

8. Cuide das molas
As molas do sistema sempre devem estar niveladas e limpas. Material acumulado entre as espiras acarretará o batimento delas e consequentemente a mola vai quebrar, comprometendo todo o alimentador. Quando houver troca das molas, que deve ser realizada aos pares (direita e esquerda), sempre é bom verificar o nivelamento e a limpeza do equipamento novamente.