A análise de dados e a rede da próxima geração

Por Luiz Riscado * – 01.02.2017 – 

SAS - Luiz Riscado 2Quando falamos em rede da próxima geração, ela não se refere apenas à tecnologia 5G. Ela também engloba a antecipação de demandas por tecnologias emergentes e aplicações para a melhora de desempenho, garantindo a entrega de uma experiência de alta qualidade. A computação na nuvem permite ganhos em escala e versatilidade.

Hoje, um cliente pode ter um dispositivo em sua mesa, mas sua funcionalidade real está na nuvem. A rede definida por software coloca no ambiente virtual as funções de roteamento e comutação, permitindo sua rápida reconfiguração. E a análise avançada junta tudo isso, dando outro significado aos grandes volumes de dados e automatizando a aplicação de negócios e a otimização dos processos de rede.

Dados por toda a parte

Prevista para chegar ao mercado entre 2018 e 2020, a tecnologia 5G poderá lidar com um tráfego de dados equivalente a 50 vezes o que existe hoje no 4G, o que é considerado algo crítico. Uma única chamada telefônica é capaz de criar centenas de pontos de dados a partir dos elementos da rede, como switches e roteadores, e a principal razão de uso da rede móvel passou a ser o tráfego de dados, e não o de voz.

Isso é apenas o começo. O número de assinantes na telefonia móvel deverá atingir quase 7 bilhões daqui a três ou quatro anos. Mas um desafio ainda mais significativo para a rede vem na forma de tráfego gerado por máquina (M2M), com o avanço da Internet das Coisas.

A gama de dispositivos conectados à internet e invisíveis para o usuário móvel é surpreendente, e a possibilidade de se conectar ainda mais está presente lá o tempo todo. Um carro hoje pode ter vários sensores eletrônicos que mantêm o funcionamento do motor, dos freios, dos recursos de segurança e muito mais. Conectados à internet, esses sensores poderiam alertar o motorista sobre um problema no veículo, indicar o caminho para a loja de autopeças e agendar a próxima visita ao local.

Nas fábricas, as máquinas agora têm sensores eletrônicos para monitorar sua vida útil e seu desempenho, de modo que se possa agendar a manutenção preventiva. Em várias cidades nos Estados Unidos, tais sensores já monitoram a presença dos carros para gerenciar as vagas nos estacionamentos.

A Cisco e a GE estimam que haverá 1 trilhão de dispositivos conectados em todo o mundo até 2020. Em 2014, eram “apenas” 5 bilhões, de acordo com a Machina Research. As estimativas apontam que esse número será de 27 bilhões em 2024. Na verdade, pode ser até mais, conforme novas aplicações sejam desenvolvidas para que se possa tirar proveito dos trilhões de sensores que teremos até lá.

A análise avançada é necessária para dar sentido aos dados e aplicá-los na solução de problemas de configuração de rede, de gerenciamento de tráfego, de níveis de serviço para o cliente e muito mais.

Análise em tempo real

Com o Analytics, processos manuais, como a geração de relatórios sobre os dados presentes nos equipamentos dos fornecedores de TI – que antes poderiam levar semanas para serem concluídos -, passam a ser uma tarefa transformada em uma experiência quase que em tempo real.

O Analytics também se refere a responder perguntas, uma vez que permite fazê-lo de maneira autônoma. Eis algumas questões com as quais ele pode lidar e que são os mais comuns nas redes da nova geração:

Gestão de tráfego – Na Internet das Coisas, o tráfego de dados pode ir de um ponto a outro sem passar por determinada rota até chegar ao datacenter. O sensor pode fazer a comunicação com os pares, no modelo peer to peer, sem precisar passar por um intermediário. E o Analytics pode ajudar a determinar qual é o roteamento mais eficaz e aplicá-lo rapidamente;

Configuração de rede dinâmica – Junto com a rede definida de software e a virtualização de funções de rede, o Analytics avançado pode monitorar os tipos de tráfego por região e reconfigurá-los para reequilibrar o tráfego de voz com o de dados. A análise avançada também pode ajudar no agendamento de interrupções planejadas, além de avisar sobre a ocorrência de paradas não previstas;

Gestão de nível de serviço – Com a aplicação do Analytics ao uso que o cliente faz da rede, a operadora pode automatizar o processo de otimização do plano de tarifas e criar anúncios de valor agregado ao serviço. O Analytics também pode classificar os clientes como sendo de alto e baixo valor, garantindo que os recursos da rede sejam distribuídos da forma adequada.

Antes, a principal oferta de uma operadora de telefonia era uma rede de voz. Hoje, na rede da nova geração, a principal oferta é a rede em si. Voz, dados e vídeo – tudo isso será visto como valor agregado se for feito da maneira correta. E é para isso que serve o Analytics: fazer a coisa certa e em tempo real.

* Luiz Riscado é gerente de Vendas do SAS Brasil