Asfalto modificado com polímero é a aposta da Bitumina na América Latina

Por Nelson Valêncio – 22.10.2015

Tecnologia a frio está direcionada principalmente para países sem refinaria ou para aplicações em cidades mais distantes de grandes centros.

Baseada em Dubai, a Bitumina se posiciona como fabricante de asfalto modificado (PMB) a frio para pavimentação. Já usada há mais de 30 anos na Europa e Estados Unidos, a tecnologia deve avançar na América Latina na avaliação do CEO da companhia, Bernd Schmidt. O especialista lembra que em rodovias de alta qualidade, o PMB responde, por exemplo, por 90% das pavimentações. Nos Estados Unidos, a média é de 30%, sendo que no Alasca esse índice chega a 48%. Na Europa Ocidental, a média alcança 55% das rodovias de alto padrão.

“Também acreditamos que podemos avançar na pavimentação de aeroportos aqui na América Latina, embora grande parte deles tenha pavimento rígido de concreto”, complementa Schmidt. Pesquisador do tema, o executivo lembra que o processo de fabricação do PMB envolve três componentes principais: asfalto, plastificante e polímero, numa mistura com condições de tempo e de temperatura específicos. No caso da Bitumina, ela adota os equipamentos da Denimotech, empresa dinamarquesa focada na fabricação de máquinas para asfalto e que é totalmente controlada pela companhia de Dubai.

Diferentemente da aplicação do asfalto via usinas em campo, a tecnologia da Bitumina envolve a entrega do asfalto a frio no formato de grandes caixas, o Bitubox, pesando uma tonelada e embalado com materiais sustentáveis como madeira e papelão. “É extremamente fácil remover os Bitubox dos contêineres, retirando-se depois a embalagem”, explica o engenheiro colombiano Miguel Antônio Roca, diretor da Bitumina para a América Latina.

Ele destaca que o próprio tamanho padrão das Bitubox foi pensado para otimizar o transporte em contêineres. Um dos exemplos de como a logística funciona é o transporte do produto para o interior da Mongólia, vencendo uma distância de mais de 6 mil km desde o terminal de despacho.

Uma vez entregues, o asfalto a frio é fundido in loco. A Bitumina indica, é claro, os fundidores de sua controlada, a Denimotech para finalizar o processo. “O Brasil é um país de grandes dimensões e nem todas as regiões estão supridas de refinarias de petróleo. Então, nossa tecnologia é uma alternativa a ser considerada”, finaliza Schmidt, principal executivo da fabricante de Dubai.

O jornalista Nelson Valêncio viajou a Santiago a convite da Conexpo Latin America.