Pesquisa conduzida pelo Ecossistema Sienge e a Prospecta, que ouviu 137 empreendedores do setor entre os dias 25 de fevereiro e 3 de abril, mostra que a percepção de declínio ou recessão do mercado imobiliário mais que triplicou em relação ao mesmo período do ano anterior, saltando de 12% para 38%.
Os respondentes que acreditam em crescimento acelerado nos próximos meses caiu de 14% para 9%, demonstrando que os tomadores de decisão encaram o cenário atual com maior cautela e incerteza.
A principal preocupação é com riscos econômicos, fator citado por 32% dos entrevistados. Na sequência, aparece o cenário político, que perdeu força em relação ao ano passado (de 38% para 26%). Aspectos financeiros (19%) e mercadológicos (12%) também avançaram como fatores de atenção.
Onde está a percepção otimista do setor imobiliário?
Porém, a intenção de investir permanece alta: 76% dos entrevistados pretendem realizar novos investimentos ao longo do ano. A região Sudeste segue liderando este quesito, com 32%, embora tenha perdido sete pontos percentuais em relação a 2024. Por outro lado, as regiões Norte e Centro-Oeste apresentaram crescimento no interesse dos investidores, com alta de 4% e 3%, sinalizando uma maior diversificação geográfica.
Entre os nichos com maior potencial de expansão, os empresários apontam o Minha Casa Minha Vida (27%), o mercado residencial vertical (17%) e os loteamentos (15%). Em contrapartida, os segmentos mais vulneráveis, segundo os entrevistados, serão a segunda residência (16%), edifícios corporativos (14%) e shopping centers (13%).
As principais barreiras enfrentadas pelos empresários são o acesso a funding (20%), os juros elevados (17%) e a restrição ao crédito (7%). Além disso, questões como vendas (13%), escassez de mão de obra qualificada (11%) e financiamento (11%) também continuam sendo entraves relevantes.
Metodologia
O Ecossistema Sienge e a Prospecta ouviram 137 empreendedores, que representam diferentes áreas do mercado: Incorporação (27%), Construtora (19%), Loteamento e desenvolvimento urbano (14%), Consultoria, serviços e pesquisa (10%), Intermediação imobiliária (10%), Propriedade de terrenos (8%), Arquitetura e urbanismo (5%) e outros segmentos como mercado financeiro, hotelaria, fornecedores de materiais e jurídico.