Baixa recorde do petróleo aprofunda recessão mundial, diz especialista da ESPM

Redação – 22.04.2020 –

Países exportadores, como Irã e Venezuela, são os primeiros na fila da crise que abala mercados.

O preço do barril de petróleo americano teve queda de mais de 40% nesta segunda-feira (20), ficando abaixo de 12 dólares. É o menor valor cobrado pelo barril desde 1999, após a Crise da Rússia. O preço do petróleo nos Estados Unidos deverá influenciar o valor do brent, referência da Europa. No final de 2019, o barril de petróleo variava entre 60 e 70 dólares e em 2011 chegou a custar 114 dólares.

As consequências da nova baixa deverão ser extensas, segundo Gunther Rudzit, coordenador do Núcleo de Estudos e Negócios do Oriente Médio da ESPM SP. “Uma queda de dois terços no valor do barril terá consequências de curto prazo em países exportadores que já enfrentavam dificuldades econômicas, como a Venezuela e o Irã. O FMI estuda um pacote de resgate ao Irã mesmo com as sanções impostas pelos Estados Unidos”, diz.

No entanto, não são somente iranianos e venezuelanos que irão sofrer as consequências da queda brusca. “A baixa nos preços é tão expressiva que ainda não se têm claras as implicações dos efeitos na economia mundial. A Arábia Saudita é a única entre os países exportadores com reservas mais consistentes para resistir. Os demais estão ampliando o seu rombo fiscal a uma velocidade recorde e a situação piora com o indicativo de uma crise mais profunda nos Estados Unidos”, diz Rudzit.