Balanço do MiniCom indica mudança na infraestrutura de rede das cidades digitais

Por Nelson Valencio (*) 03.07.2015 – 

Américo Bernardes, do Ministério das Comunicações, participou de evento promovido pela Huawei, ontem em São Paulo.

O diretor do Departamento de Infraestrutura para Inclusão Digital fez um balanço das duas fases do projeto de cidades digitais do governo federal: o piloto, iniciado em 2012, e o que faz parte do Programa de Aceleração do Crescimento (PAC 1), cuja estruturação data de 2013. No caso do primeiro, 80 municípios fazem parte do projeto e 50 das cidades já estão iluminadas, ou seja, com infraestrutura de fibra óptica em anel pronta e ativa. Das 30 restantes, 27 devem ter seus projetos finalizados até o final desse ano e três desistiram de criar uma estrutura digital.

Na segunda etapa, os números são mais complicados. Há 262 cidades inscritas e aprovadas e 170 delas já receberam uma ordem de serviço, com aprovação do MiniCom para que os estudos de implementação sejam iniciados. Desse bolo, 140 projetos executivos foram finalizados. Nessa fase, os municípios já poderiam – com orçamento do MiniCom – iniciar as negociações com provedores para ativação da rede. Uma terceira etapa do projeto vai depender da negociação com o Ministério da Fazenda, em função do ajuste fiscal em andamento.

Sobre a infraestrutura em si, Bernardes lembra que a configuração básica dos projetos é em anel óptico com tecnologia GPON e rede enterrada. “Tivemos casos onde a negociação com as concessionárias de energia para uso do poste já dura mais de um ano e meio”, detalhou. Em função dessa barreira, o diretor explica que a maioria dos projetos deve adotar redes subterrâneas. As tecnologias para instalação da infraestrutura devem privilegiar os chamados métodos não-destrutivos (MND), que têm uma interferência mínima no entorno da obra.

Outro dado importante é que dos contratos assinados para fornecimento de banda larga, 50% têm sido assinados com provedores locais ou regionais. Esses provedores também poderão, em alguns casos, assumir a operação e manutenção da rede no modelo de concessão. As duas outras alternativas seriam a assunção da gestão pela própria prefeitura ou a criação de consórcios entre as cidades para assumir a demanda.

Independente dos projetos, os players de telecomunicações estão de olho nos investimentos de infraestrutura que incluem não só a rede básica de fibra óptica, como os sistemas integrados de voz, dados e telefonia. A Huawei, por exemplo, defende o seu e-LTE. A plataforma inclui soluções da empresa, como dispositivos móveis que combinam trunking e telefonia celular e transmissão de imagens, com tecnologias de parceiros. O e-LTE é a uma das bases do projeto de cidades seguras que a fabricante chinesa tem ativado ao redor do mundo: são 60 casos reais em 30 países, cobrindo uma população aproximada de 400 milhões de pessoas. No Brasil, Águas de São Pedro, em São Paulo, é o primeiro caso.

(*) Do IPNews