Nos últimos anos, os studios – apartamentos compactos com menos de 40 m² – se tornaram uma tendência no mercado imobiliário brasileiro, especialmente em grandes cidades. Com uma combinação de praticidade e custo-benefício, esses imóveis têm atraído tanto moradores quanto investidores, gerando o citado boom no setor.
O crescimento na demanda por studios pode ser atribuído a vários fatores. Mais de 80 mil unidades de imóveis com menos de 45 m² foram vendidos em São Paulo em 2024, representando 80% de todas as vendas de imóveis na cidade nos últimos 12 meses, segundo dados da Goldman Sachs Research.
Entre 2017 e 2022, a cidade lançou cerca de 60 mil studios, que tiveram 46.423 unidades vendidas em pouco tempo. Em 2016, esses imóveis representavam apenas 12% dos lançamentos. Já em 2022 esse número aumentou para 34%.
O Sindicato das Empresas de Compra, Venda, Locação ou Administração de Imóveis Residenciais ou Comerciais de São Paulo (Secovi-SP) constatou que o número de unidades de empreendimentos com área de até 40 m² aumentou de 561 em 2016 para 2.393 até julho de 2024, com um aumento do preço por metro quadrado de R$ 8.094 para R$ 14.144 no mesmo período.
Por que os studios estão atraindo tanto interesse?
O fenômeno dos studios no mercado imobiliário reflete uma mudança nas necessidades e preferências dos consumidores na faixa dos 20 a 39 anos que moram sozinhos, de acordo com um levantamento feito pela Quinto Andar a pedido do jornal E-Investidor. Com a crescente demanda por apartamentos compactos e funcionais, o setor imobiliário se adapta para atender a essa nova realidade.
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Os studios são unidades habitacionais que, geralmente, integram sala, cozinha e quarto em um único ambiente, oferecendo uma proposta funcional para quem busca otimização de espaço. Essa configuração é especialmente atraente para jovens profissionais, estudantes e pessoas que vivem sozinhas, que valorizam a praticidade e a localização em áreas urbanas.
Investimento em estúdios
De acordo com o FipeZap, o investimento inicial em um studio é menor do que em apartamentos maiores. Além disso, o imóvel pode valorizar até 30% entre a compra na planta e a entrega.
A Caixa Econômica Federal possibilita o financiamento de até 90% do valor de um studio, o que significa que os investidores podem adquirir esses imóveis com um investimento inicial de apenas 10%.
Para imóveis de até R800 mil reais, a Caixa Econômica federal financia 70% do valor pelo Sistema de Amortização Constante (SAC) e 50% no modelo price.
Além disso, a manutenção desses imóveis é mais simples e econômica, limpeza e IPTU mais baratos por conta do tamanho do imóvel. Isso se traduz em um custo de vida reduzido, o que é um atrativo para os moradores.
Para quem adquire no intuito de investir, o retorno sobre investimento (ROI) tende a ser mais atrativo do que apartamentos maiores. Isso se deve à maior proporção do aluguel em relação ao valor do imóvel, conhecida como cap rate, pois, conforme o tamanho do apartamento aumenta, essa proporção tende a diminuir.
Um estudo feito pela plataforma QuintoAndar revela que a rentabilidade de microapartamentos é atrativa para investidores do mercado imobiliário. A rentabilidade mensal é de 0,54% para unidades com menos de 30 m² e diminui gradualmente conforme o tamanho do imóvel aumenta, chegando a pouco mais de 0,3% ao mês para imóveis com 4 quartos ou mais.
Outro ponto positivo é que muitos estão localizados próximos a estações de metrô e faculdades, o que os torna mais atrativos para quem busca um apartamento para alugar com mobilidade facilitada.
