Brasil lidera ranking de desperdício de energia

Da Redação – 23/05/2017 –

País fica em penúltimo lugar no levantamento entre as 23 maiores economias do mundo em termos de eficiência energética.

Pela segunda vez consecutiva, o Brasil ficou em penúltimo lugar no ranking internacional de eficiência energética, promovido pelo Conselho Americano para uma Economia Eficiente de Energia (ACEEE, na sigla em inglês). O levantamento, que analisa as 23 maiores economias do mundo, coloca o Brasil à frente apenas da Arábia Saudita, ficando atrás não apenas das economias industrializadas, mas também do grupo de nações emergentes como os Brics – Rússia, Índia, China e África do Sul.

Segundo a Associação Brasileira das Empresas de Serviços de Conservação de Energia (Abesco), nos últimos três anos o país desperdiçou um volume de energia equivalente a 1,4 vezes a produção da hidrelétrica de Itaipu em 2016. “Este fato revela que, apesar de termos uma matriz energética das mais limpas do mundo, as ações governamentais nessa área só visam a geração, sem se importar com a eficiência no consumo da energia”, afirma Alexandre Moana, presidente da Abesco.

A pesquisa da entidade sobre o potencial de eficiência energética no país revelou que nos últimos três o desperdício foi de 143.647 GWh (gigawatts hora), ou seja, um volume que permitiria economizar algo em torno de 61,71 bilhões de reais. De acordo com Moana, esse montante só não foi maior porque o país entrou em recessão e a produção industrial caiu drasticamente entre 2015 e 2016. “Competitividade e crescimento sustentado são apenas alguns dos resultados de uma política nacional baseada no uso racional dos recursos.”

O ranking de eficiência energética da ACEEE analisa quatro tópicos específicos em cada país: esforços nacionais, edificações, industrial e transporte. Isto significa que, além das políticas públicas adotadas com foco na eficiência energética – iluminação, padronização de equipamentos eletroeletrônicos etc. – o levantamento também avalia as preocupações com a questão na matriz energética empregada nos transportes, bem como a eficiência nas edificações e nos processos produtivos adotados nas indústrias.