Brasil perde R$ 15 bilhões em fraudes, furtos e erros de medição em energia

Da Redação 30.07.2015 –

Dados são do Banco Mundial, cujo projeto Energia +, em conjunto com a Eletrobras, deve investir na regularização de redes em 118 cidades até 2017.

Segundo o Banco Mundial, apesar de os conhecidos “gatos” estarem associados à população de baixa renda, as fraudes e roubos de energia atingem todas as classes sociais e, inclusive, órgãos governamentais. E mais: os pobres são os primeiros interessados em regularizar suas ligações, digamos, fora do padrão.

Na avaliação da Eletrobras, os “gatos” deterioram a qualidade da energia, desgastam mais rápido os transformadores e acabam onerando a energia para quem paga.

“A energia elétrica traz muitos benefícios, mas também perigos. Com uma rede de melhor qualidade, os eletrodomésticos não queimam mais, os jovens têm luz para estudar e a conta pode ser usada como comprovante de residência”, explica Christophe de Gouvello, especialista em energia do Banco Mundial.

América Latina e Caribe: 24 milhões vivem nas trevas

Parte do incentivo para os moradores de baixa renda com situação irregular envolve desconto na tarifa, lâmpadas de baixo consumo e orientações para usar a energia de modo consciente. O Energia + também inclui investimentos em tecnologia para modernizar as redes de distribuição, resolver falhas e interrupções de serviço mais rápido e mensuração do consumo com mais eficiência. O projeto prevê a instalação de novos medidores em casas de todas as classes sociais.

O Banco Mundial também apontou números recentes do consumo de energia na América Latina, onde 24 milhões de habitantes ainda estão no mundo das trevas, ou seja, sem luz. Na região, 96% da população tem ligações elétricas. Mais: até 2050, o crescimento da demanda de energia será de 550%. No Brasil, a situação merece atenção pois o país sozinho responde por 40% do consumo elétrico. Argentina, Haiti, México e Paraguai são outros países que estão recebendo investimentos semelhantes ao do Brasil, tanto para melhorar a infraestrutura quanto para reeducar os consumidores.