Brasileira CP+ entra no mercado peruano de infraestrutura

Por Nelson Valêncio – 24/04/2015

Empresa, que pertence ao grupo Suzano, fechou acordo com a Geolab, do Peru, para avançar em projetos de estudo e licenciamento ambiental na área de óleo e gás

processamento-dados1A CP+, especializada em estudos e licenciamento ambientais para o mercado de infraestrutura, vai avançar no mercado peruano. O modelo de inserção envolve a parceria com a empresa local Geolab, que tem um escopo de trabalho similar – embora em menor escala – ao da companhia brasileira. Segundo Maugham Basso, gerente de Novos Negócios da CP+, o acordo faz parte da estratégia de expansão, a qual deve se estender a outros países da região. A favor do Peru constam vários fatores, na avaliação do executivo: mercado potencial de infraestrutura, mas ainda pouco explorado por empresas especializadas na área ambiental e legislação desse setor – ainda em amadurecimento – e centralizada. Diferentemente do processo brasileiro, no qual o licenciamento envolve várias instâncias, os peruanos definiram um modelo desburocratizado.

Além do conhecimento local, a peruana Geolab tem uma experiência de 40 anos na área ambiental, inclusive em estudos de geologia e oceanografia. “Trata-se de uma empresa de pequeno porte, com aproximadamente 30 colaboradores e que ganha uma musculatura com o suporte da CP+”, complementa Basso. De acordo com ele, o know how consolidado da companhia brasileira vai ampliar a atuação da parceira, principalmente em projetos de estudos e licenciamento ambientais na área de óleo e gás. No negócio, a CP+ auxiliará, principalmente, no fornecimento de equipamentos e serviços ampliando a capacidade de atuação da Geolab na região.

Entre os instrumentos, Basso destaca os sensores submarinos do tipo ADCP (Acoustic Doppler Current Profile), conhecidos como perfiladores de corrente por efeito acústico doppler. Segundo a CP+, dependendo da solução, o ADCP pode ser instalado próximo ao fundo do mar, em uma estrutura onde normalmente são instalados por mergulhadores. A coleta de dados pode envolver vários meses e profundidades de mais de 100 metros. Periodicamente, os sensores são retirados do fundo do mar e acessados na superfície para o “download” dos dados e operações de limpeza e manutenção, aferição de funcionamento.

A empresa brasileira também vai agregar sua experiência de 30 anos na área de estudos e licenciamento ambiental em projetos de infraestrutura. Entre empreendimentos recentes, Basso lembra três projetos na área de energia, sendo duas pequenas centrais hidrelétricas (PCHs) e uma hidrelétrica de grande porte. Na área eólica, a CP+ está envolvida com projetos de licenciamento em sete estados do Nordeste, inclusive em linhas de transmissão. Outra frente ativa é o levantamento de dados para monitoramento ambiental para a Agência Nacional de Petróleo (ANP). Pessoalmente, o executivo da CP+ tem um currículo consolidado na área de PCHs, onde a qualidade dos relatórios tem sido um gargalo na aprovação dos projetos junto à Agência Nacional de Energia Elétrica (Aneel).