Brasileiro desenvolve solução 60% mais barata para monitorar ativos remotos de telecomunicações

Da Redação – 29.08.2016 –

Depois de uma carreira como engenheiro elétrico, inclusive na Europa, Eduardo Gonçalves Neto, usou sua experiência para criar um sistema nacional de monitoração de parâmetros como temperatura, umidade, entrada não autorizada e outros.

Eduardo Gonçalves_diretor tecnico da TSI
Eduardo Gonçalves, diretor técnico da TSI

A entrada de Eduardo Gonçalves Neto no nicho de monitoração remota de ativos aconteceu sem grandes pretensões. Um potencial cliente, dono de um provedor regional de telecomunicações do interior de São Paulo, enfrentava o desafio de trocar as baterias usadas para manter um ponto de presença de telecomunicações (equipamentos eletrônicos, antenas, etc). Em vez de um ciclo de vida de dois anos, as baterias não alcançavam os seis meses. Para resolver o problema, o engenheiro resolveu avaliar alguns parâmetros os pontos de presença, de forma remota. A captura de dados seria feita por sensores e as informações enviadas por meio das antenas dos pontos de presença (usadas para interligar os clientes do provedor).

A avaliação dos dados das baterias em tempo real, além da análise da temperatura e umidade dos pontos de presença – mostrou que o ambiente de alguns deles chegava a 50 C, quando o ideal seria a metade disso. Com o monitoramento, o provedor passou a ajustar remotamente o condicionamento de ar de suas instalações. Dos dados básicos, o GPOP, como se denomina o sistema criado por Eduardo e comercializado por sua empresa, a TSI, passou a incorporar outras ações. É o caso da detecção de pessoas não autorizada e o desligamento – também remoto – dos equipamentos.

Normalmente remotos, os pontos de presença agregam antenas e outros equipamentos dos provedores regionais e recebem energia pela rede de distribuição convencional das concessionárias. Quando essa alimentação é interrompida, o banco de baterias entra em ação evitando que os serviços de telecomunicações sejam interrompidos. Logo, a primeira atividade do GPOP é indicar se a alimentação externa está ativa ou não. Em caso de falha, a gestão da TSI entra em ação para informar até quando o ponto de presença terá autonomia. Se a interrupção do fornecimento se estender, o provedor poderá adotar as providências adequadas, evitando uma pane em função do aumento da temperatura (uma vez que o condicionamento de ar também depende de fornecimento de energia).

Operacionalmente, o sistema da TSI envolve a ativação de um dispositivo que centraliza os dados de todos os equipamentos e os envia para a central do provedor. Um software criado pela própria TSI permite a visão amigável de cada estação e, ao mesmo tempo, executa o gerenciamento inteligente de cada ponto de presença. O provedor pode estabelecer parâmetros de operação e enviar os comandos de reinicialização em caso de falhas. O sistema também envia alertas aos gerentes operacionais e de manutenção – via e-mail e via mensagens de texto no celular.

A principal diferenciação do GPOP não é apenas o valor em relação a um sistema similar e sim a não existência, de acordo com Eduardo, de um mecanismo de prateleira nos mesmos moldes. “Um sistema dedicado somente ao monitoramento remoto de baterias poderia custar, pelo menos, 60% a mais e não teria os outros recursos do nosso mecanismo”, avalia o fundador da TSI, criada em 1998. Embora desenvolvido para provedores regionais, o GPOP pode ser ativado em outras instalações, inclusive de operadoras de telecomunicações maiores e mesmo em data centers.