BRICS precisam de US$ 177 bi para energias renováveis

Da Redação – 17.10.2016 –

Com base nas declarações voluntárias feitas pelos países do BRICS à Onu, o Instituto de Economia e Análise Financeira de Energia da índia (IEEFA) produziu relatório sobre as metas de cada um desses países para alcançar os níveis de energia renovável sob a égide do Acordo de Paris. E o resultado é vultuoso, envolvendo a cifra de US$ 177 bilhões, para a geração de 498 GW de energias renováveis.

Isso significaria um investimento anual de US$ 51 bilhões nos cinco países do BRICS, e esse investimento precisa de financiamentos públicos e privados. Ao setor público, o IEEFA credita o investimento anual de US$ 10 bilhões, que precisam vir de instituições financeiras públicas, como o New Development Bank (NDB), o banco de desenvolvimento criado pelos BRICS.

“O NDB planeja aumentar sua carteira de crédito em cerca de US $ 1,2 bilhão por ano ao longo dos próximos três anos, o que é apenas 11,7% do capital incremental exigido pelas instituições públicas. Portanto existe uma clara necessidade de aumentar a taxa com a qual ele implanta capital adicional”, diz Jai Sharda, autor do relatório.

Em 2015, mostra ele, os países em desenvolvimento já ultrapassaram as nações desenvolvidas no investimento em energias limpas. No contexto pós-Paris, investimentos em baixo carbono e infraestrutura limpa podem ultrapassar as economias em desenvolvimento no caminho para um mundo com emissões líquidas zero, se as necessidades de financiamento forem atendidas.

O Banco dos BRICS, demonstra o relatório, já coloca o financiamento para o desenvolvimento sustentável como um dos seus objetivos principais e, até agora, concedeu cinco empréstimos equivalentes a US $ 911 milhões, contemplando cada um dos sócios fundadores. Quase todos foram em projetos de energia limpa, em linha com a agenda declarada do Banco. Será necessário, segundo o IEEFA, um grande impulso por parte dele para colocar as nações do BRICS em maior órbita de energia limpa.

“O NDB deve apoiar o desenvolvimento de energias renováveis nos países BRICS, que são representantes do mundo em desenvolvimento, para reduzir os custos de energia no longo prazo e a dependência dos combustíveis fósseis. Atualmente, os custos de financiamento na maioria dos países em desenvolvimento são muito altos. O NDB poderia ter seus próprios programas de apoio à energia limpa e poderia apoiar os programas BRICS a alcançar financiamento de baixo custo e longo prazo no mercado financeiro internacional”, diz Peng Peng, diretor de pesquisa política da União da Indústria Chinesa de Energia Renovável.