Cedae começa a civilizar a coleta e o tratamento de esgoto do centro do Rio

Redação – 04.04.2019 –

Primeira etapa da obra do coletor tronco Cidade Nova vai tratar esgoto que ia direto para a Baía de Guanabara

A região central do Rio de Janeiro gera 700 litros de esgoto a cada segundo, volume que atualmente é direcionado para o Canal do Mangue e, daí, para a Baía da Guanabara. Sem tratamento. O cenário começa a  mudar com o coletor tronco Cidade Nova, com extensão de 4,1 km. Em sua primeira etapa, finalizada ontem (3/4), ele permitirá a coleta de metade do volume, que deve seguir para a ETE Alegria. O trecho finalizado na primeira fase tem 3,8 km e foi construído por duas grandes perfuratrizes conhecidas como shields. A engenharia para a execução exigiu 26 poços de serviços usados para as ações de interligação das redes de esgoto ao coletor central.

Coordenado pela construtora Passarelli, o empreendimento tem um custo estimado em R$ 81 milhões e faz parte do Programa de Saneamento Ambiental dos Municípios do entorno da Baía de Guanabara. Com o futuro direcionamento do esgoto, a ETE de Alegria vai absorver um volume de tratamento 23% maior do que o atual.  Quando a segunda etapa ficar pronta seis bairros da região central da cidade passam a ser atendidos pela rede, atingindo 163 mil pessoas.

Voltando para a engenharia, é interessante notar que os dois shields fazem parte da técnica de MND, sigla para método não-destrutivo. O sistema é o mesmo utilizado em obras como as do metrô e minimiza a interferência no tráfego ao ser praticamente um empreendimento feito subterraneamente. As duas perfuratrizes – uma de 1.000 mm e outra de 1.500 mm de diâmetro – escavaram o solo em rocha, com os 26 poços de serviço para acesso já citados.

Segundo a construtora, outro diferencial da obra foi a implementação de uma solução de reaproveitamento de água e remanejamento de terra da escavação do túnel pelo shield. A técnica seria pioneira no Brasil em obras de saneamento. Chamada de Bolsões Geotexteis, a solução garantiu uma economia de 85% do volume de água originalmente previsto para a obra e reteve mais de 60% do volume de resíduos que seria descartado.