Cerca de 2,4 bilhões de pessoas vivem sem saneamento básico em todo o mundo

Da Redação – 16.02.2016 – 

Pesquisa realizada pelo Programa de Água e Saneamento do Banco Mundial revela que os níveis de investimentos atuais seriam suficientes para mudar este cenário se as aplicações fossem feitas corretamente.

O documento, criado pelo Banco Mundial em parceria com a Organização Mundial da Saúde (OMS), tem o objetivo de medir os custos para o cumprimento da Agenda para o Desenvolvimento Sustentável – ação criada pelas Nações Unidas que estabelece 17 metas para estimular o fim da pobreza, a luta contra a desigualdade e a injustiça, e o combate às alterações climáticas até 2030. Com a pesquisa, conclui-se que o nível atual de investimento global neste segmento, estimado em U$ 28,5 bilhões anuais, seria suficiente para fornecer serviços básicos de água e saneamento para todos até a data.

De acordo com o estudo, o gargalo está no modo como os recursos disponíveis estão sendo utilizados e a sugestão é que os governantes melhorem seus sistemas de prestação de contas e a qualidade da prestação dos serviços públicos. “Os países precisam avaliar a melhor maneira de gastar, perguntando-se qual infraestrutura deve ser construída, como operar os serviços, quais fundos estão disponíveis e qual tarifa adotar possibilitando que todos tenham acesso”, diz Jyoti Shuklam, gerente sênior do Programa de Água e Saneamento do Banco Mundial. “Fortalecimento institucional é fundamental para garantir que os investimentos se traduzam em prestação de serviço eficaz ao longo do tempo”, complementa.

Mesmo assim, vale lembrar que a meta número 6 da Agenda para o Desenvolvimento Sustentável (referente ao tratamento de água e esgoto), estabelece que todas as pessoas tenham acesso à água potável nas proximidades de suas residências e resíduos fecais tratados e geridos. Para garantir o alto nível exigido por ela, o custo total de fornecimento deste tipo de serviço, de acordo com a pesquisa divulgada, é de aproximadamente U$ 114 bilhões ao ano – cerca de 300% a mais que o nível atual.

Hoje, dos 2,4 bilhões de pessoas sem acesso ao saneamento básico, cerca de um bilhão defecam ao ar livre e mais de 640 mil não possuem fontes melhoradas de água potável. “Os esforços para conseguir o montante necessário para cumprir as metas exigem não só um financiamento adicional do poder público, mas também uma maior eficiência dos serviços e envolvimento da sociedade civil e setor privado”, conclui Guy Hutton, economista sênior do Programa de Água e Saneamento do Banco Mundial.