China e Índia batem recorde em energia renováveis

Da redação – 25.01.2016 – 

Dados são do Institute for Energy Economics and Financial Analysis e mostram maior instalação de plantas eólicas e redução de tarifa em energia solar

Os dois países asiáticos confirmam seu perfil de emergente também nos investimentos em energias renováveis. As informações do Institute for Energy Economics and Financial Analysis (IEEFA) mostram essa tendência, com destaque para a China. O país fechou 2015 instalando 30,5 GW de energia eólica e outros 16,5 GW em energia solar. No caso de seu vizinho, a Índia, os números impressionam pela redução das tarifas: 20% ao longo de 2015 e 80% em cinco anos. Mesmo agora, em janeiro de 2016, a diminuição já chega a 7%.

Segundo Tim Buckley, diretor de Estudos em Finanças de Energia do IEEFA, os investimentos em energia eólica teriam ficado entre 20% e 30% acima das previsões mais otimistas da Associação Chinesa de Energia Eólica (CWEA). Com a ativação das plantas em 2015, a China soma uma capacidade de 145 GW nesse tipo de matriz, o que representa o dobro do potencial dos Estados Unidos, mais que o triplo dos alemães e cinco vezes o da Índia.

Matriz mais limpa reduz emissão de carbono, segundo IEEFA

eólica RN

O fortalecimento das energias renováveis continua em 2016, com a previsão de adição de 24 GW de energia eólica, 16 GW de matriz hidrelétrica, além de entre 18-20 GW de energia solar e outros 6 GW gerados por usinas nucleares. Lembrando que o IEEFA estima que a demanda por eletricidade cresça entre 3-4% em relação ao ano passado.

Especificamente em relação à energia solar, as instalações em 2016 devem ser concentradas em escala de utilidade pública (60%), sendo o restante oriundo da geração distribuída de painéis solares. Os números do ano anterior reforçam o poder chinês nessa área: a Alemanha, tradicional no segmento, alcançou o recorde de 7,6 GW em seu melhor ano, a metade do que os chineses atingiram em 2015.

Com o total de 65 GW em energias renováveis previstos para 2016, os chineses melhoram seu balanço na emissão de carbono. Além da adoção de uma matriz mais limpa, existe a estimativa de que o consumo de carvão continue decrescente. As métricas oficiais apontam para uma diminuição entre 4-5% do consumo do combustível fóssil no ano passado.

Índia também tem metas ambiciosas em renováveis

Segundo Buckley, embora em menor grau a Índia tem um plano ambicioso em energias renováveis de baixo custo: ativar 175 GW em 2021, o que melhoraria a eficiência de sua rede. Agora, em janeiro, o país já reduziu suas tarifas e anunciou os resultados do leilão reverso para construção de um total de 420 MW, distribuídos entre vários vencedores, inclusive a finlandesa Fortum Finnsurya Energy.

A queda no preço de geração impulsiona, por sua vez, o projeto de investimentos em irrigação com uso de energia solar. O governo indiano já anunciou um investimento de US$ 11 bilhões em cerca de 30 milhões de bombas de irrigação movidas com esse tipo de matriz. A ativação deve acontecer até 2020 e comprovaria a viabilidade econômica da energia solar, segundo o IEEFA.

Assim como os chineses, os indianos também continuam aplicando mais dinheiro em eficiência energética e fontes renováveis: 23% a mais em 2015. Os chineses, por sua vez, incrementaram em 17%, chegando a US$ 110 bilhões no ano passado, o que seria o dobro dos investimentos dos Estados Unidos, cujo incremento foi de 8% em relação a 2014. Os dados são do Bloomberg New Energy Finance.