Chorume tem “personalidade” e determina projeto de aterro

Da Redação – 08.06.2017 –

Alemã Wehrle foca na melhoria de coleta de dados para desenvolvimento de projetos com maior tempo de vida

Cada aterro sanitário produz um chorume específico, que varia de acordo com tempo de vida da instalação, índice pluviométrico, tipo de material descartado, etc.É exatamente essa “personalidade” que determina o tipo mais adequado de projeto de tratamento e, por conseguinte, o tempo de vida útil de uma planta. “No Brasil, as plantas de tratamento duram, em média, oito anos, quando uma instalação ideal deveria operar por três décadas”, argumenta William Padilha, diretor gerente da Wehrle do Brasil.

De acordo com o especialista, que participa da edição 2017 da Construction Expo, a coleta de dados correta e recorrente faz a diferença. O executivo tem feito uma espécie de evangelização do segmento, orientando os gestores de aterros a coletarem, com periodicidade, informações da operação. Além de manter um calendário de coleta – o ideal é pelo menos uma ou duas vezes por semana – a captura dos dados precisa ser válida, ou seja, feita por quem entende do assunto e que pode manter a precisão dos parâmetros avaliados.

Padilha destaca que essa não é, infelizmente, a realidade brasileira. Como o chorume muda com o tempo, ele avalia que um histórico de coleta de dois anos, com precisão e regularidade, vai fazer a diferença entre um projeto que atende a demanda atual do aterro para tratar o chorume e uma planta mais eficiente e com maior tempo de vida.

Além do ataque ao mercado de aterros – hoje pressionado pela Política Nacional de Resíduos Sólidos (PNRS) a criar instalações que operem dentro da legislação – o braço brasileiro da Wehrle aposta na abertura de oportunidades com a parceria global firmada com a Bomag (equipamentos) e com a ICP Environmental and Geotechnical Engineering (design de projetos). Juntas, as três empresas dividem informações estratégicas e ampliam a penetração em mercados pré-determinados como o Brasil.