Como escolher a tecnologia ideal de compactação de solo e asfalto?

Da Redação – 11.04.2016 –

Isso faz toda a diferença na qualidade final da via e é exatamente o que respondem especialistas participantes do workshop sobre compactação de solos da Sobratema.

Crédito: Armac
Crédito: Armac

Um workshop realizado pela Sobratema na semana passada juntou especialistas em tecnologias de compactação de solos para discutir o mercado em São Paulo. Entre diversas linhas de discussão, a importância de escolher o equipamento adequado foi uma das mais destacadas, mostrando que esse mercado exige conhecimento técnico tanto no que tange a disponibilidade e variedade de equipamentos no mercado, quanto aos tipos de solos com os quais se trabalha.

Marcelo Prado Ritter, coordenador de vendas e marketing do Grupo Ammann, “começa do começo” explicando que se compacta solo para aumentar a capacidade de carga, dar estabilidade e homogeneidade ao solo, eliminar água e porosidade, reduzir sua permeabilidade e aumentar a resistência à deformação. “Resumindo, a compactação serve para melhorar as propriedades do terreno”, diz.

Com essa base, Carlos Eduardo dos Santos, gerente de produto da Atlas Copco, lembra que a operação do rolo compactador levará em conta quatro variáveis do solo, começando pelo seu tipo, seguindo pela espessura da camada e pelo grau da compactação e finalizando na extensão do trecho a ser compactado. Ele completa que a largura do rolo compactador versus a velocidade do rolo resulta no tempo e qualidade do metro cúbico compactado.

Luiz Barreto, gerente de desenvolvimento de negócios para América Latina da XCMG Brasil, mostra que a atenção a essas especificações resulta em vidas salvas nas estradas, no fim das contas. “Dados de mercado mostram que cerca de 16% dos acidentes em rodovias são decorrentes de uma má compactação”, disse.

Ritter, da Ammann, retoma que a compactação correta deve levar em conta os tipos de processos existentes: compressão ou amassamento, compactação pelo próprio peso do material ou por outra energia natural e compactação por efeito da energia dinâmica externa (vibração). “Para cada situação, levando em conta o tipo de solo também, há o tipo de rolo compactador ideal como o com rolo liso (indicado para rochas, pedras, cascalho e areia), rolos de pneus (pedras, cascalho e areia) e rolos pata de carneiro (cascalho, areia e argila)”, diz. Ele salienta que os equipamentos para compactação leve, como o compactador de placa acoplável, completam o rol de ofertas. “Ele pode ser usado em escavadeiras, que possuem um alcance para atuar em lugares de difícil acesso, como valas profundas, estreitas e graus particularmente íngremes”.

Carlos Santos, da Atlas Copco, destaca um compactador auto propelido, que ao diminuir o número de passadas de 12 para 8, conseguiu obter um aumento de 50% na produtividade e ganhos de rentabilidade. Para isso, explica ele, foram consideradas as variáveis relativas ao efeito de compactação: peso do módulo dianteiro, força centrífuga, geometria e disposição das patas e frequência e amplitude. “Não há uma fórmula para uma perfeita combinação entre essas quatro variáveis. Cada fabricante realiza seus testes relativos à frequência e amplitude para encontrar a melhor combinação entre elas”, explica.

Rodrigo Pereira, gerente de negócios e produto da Bomag Marini, apresenta o enfoque da compactação de resíduos sólidos, algo que está em voga por permitir melhor aproveitamento dos espaços e reduzir desmoronamentos, risco de incêndios, pragas e dispersão de lixo no ambiente. “As principais influências na compactação de resíduos são peso operacional, projeto das rodas, tipo e condição do resíduo e técnica operacional”, informa. Há ainda outros parâmetros a serem observados, como o tipo de aterro sanitário, as condições climáticas e as técnicas de aplicação.

“A pressão específica no solo pelo trator é muito baixa, de cerca de 7 N/cm², tendo um efeito de compactação pequeno. Já o compactador tem uma pressão de aproximadamente 240 N/cm², com resultados positivos também na trituração de resíduos, na capacidade de penetração e no efeito de amassamento”, diz ele, ao explicar o motivo pelo qual os compactadores de resíduos devem ser preferidos aos tratores de esteiras, também utilizados nessas operações. “No entanto, há aplicações em que o uso de compactadores não é recomendada, como em operação tipo tombamento, porque existe uma baixa densidade de resíduos”, completa.