Como Linktel e Zoox monetizam o Wi-Fi em 2023

Redação – 23.03.2023 –Executivos apresentaram casos de uso e desafios do setor durante o Fórum de Operadoras Inovadoras A evolução das redes móveis tem deixado para trás um hábito até então comum entre os consumidores: procurar por uma rede aberta de Wi-Fi em locais públicos. Claro que isso ainda acontece, mas quantas vezes você não […]

Por Redação

em 23 de Março de 2023
Redação – 23.03.2023 –Executivos apresentaram casos de uso e desafios do setor durante o Fórum de Operadoras Inovadoras

A evolução das redes móveis tem deixado para trás um hábito até então comum entre os consumidores: procurar por uma rede aberta de Wi-Fi em locais públicos. Claro que isso ainda acontece, mas quantas vezes você não preferiu confiar no seu próprio 4G do que em um Wi-Fi público? Duas empresas, no entanto, mostram que ainda é possível se beneficiar da rede wireless para extrair dados e monetizar casos de uso.

A Linktel, por exemplo, tem 12 mil pontos de acesso espalhados pelo Brasil e é a principal “operadora de Wi-Fi” do País. Jonas Trunk, CEO da empresa, conta que o Wi-Fi é mais do que a conectividade, além da publicidade que pode ser uma via de monetização, o big data é o grande potencial da solução.

A Serasa Experian, por exemplo, usa os dados de Wi-Fi da Linktel para saber a localização de seus clientes e bloquear transações suspeitas de acordo com o local em que estão. Fora a quantidade de shopping centers onde a Linktel oferece o Wi-Fi e que usam os dados para criar um mapa de calor para valorizar as melhores áreas para lojistas. Até a publicidade em mídia eletrônica, como painéis digitais, pode se adequar ao perfil em comum da maioria que está no local naquele momento, cita Trunk.

A Zoox Smart Data, que nasceu como desenvolvedora da plataforma por trás dos sistemas de acessoa ao Wi-Fi de hotéis – o sistema de guests – também tem casos de uso bem interessantes sobre monetização de redes wireless. Rafael Albuquerque, CEO da companhia, diz que, hoje, a empresa se diferencia pela captura e enriquecimento dos dados obtidos pelo Wi-Fi, indo além do sistema de guests – que ainda oferece.

“Temos um time especializado em monetizar os dados de clientes, estruturando as fontes de dados não só do Wi-Fi, mas também de outras fontes, para alimentar diferentes sistemas, como as plataformas de CRM”, explica Albuquerque.

Um exemplo interessante foi o que a Zoox fez no metrô de New York, onde conseguiu fazer a receita do Wi-Fi crescer de US$ 800 mensais para US$ 120 mil. Em shopping centers, a Zoox também conseguiu transformar o Wi-Fi em uma oportunidade de gerar NPS, que é quase o único ponto de contato de clientes diretamente com o shopping – junto com o estacionamento e os banheiros – já que o contato maior sempre será com os lojistas.

O negócio de Wi-Fi vai acabar?

O mercado tem discutido a tecnologia open roaming, que vai permitir que dispositivos migrem de uma rede Wi-Fi para outra automaticamente. Apesar de ser uma tecnologia muito recente e poucos aparelhos serem compatíveis com ela, o potencial dela é de acabar não só com o hábito de pedir a senha do Wi-Fi, mas também com o sistema de guests e a monetização sobre a publicidade.

Albuquerque entende que esse negócio pode realmente acabar, mas que o Wi-Fi oferece muito mais oportunidades do que apenas a publicidade. A maior dificuldade já é gerenciar o grande número de dispositivos conectados e os dados gerados por eles. Um hospital, por exemplo, tem seus próprios equipamentos e sensores conectados em sua rede e como lidar com esses dados deve ser sua maior preocupação.

Além disso, há a chegada de novas tecnologias, como o Wi-Fi 6, que ainda não “pegou” no Brasil. Trunk, da Linktel, explica que os roteadores e access points até estão mais em conta que a geração anterior – principalmente por conta da maior oferta deles – mas há um problema: os dispositivos ainda não são compatíveis.

Para se ter noção, o executivo comenta que um shopping em Jacarepaguá, no Rio de Janeiro, pediu para desligar o sinal de Wi-Fi 6 porque estava causando interferência em quem usava os dispositivos em frequências mais antigas. No estádio do Morumbi, em São Paulo, a Linktel precisa ativar o Wi-Fi na frequência 2,3 GHz a depender de contra quem o São Paulo Futebol Clube joga.

“Acaba que nós precisamos montar nossas redes Wi-Fi abarcando as três diferente frequências usadas hoje para não deixar usuários de fora”, diz ele. A expectativa é que o Wi-Fi 6 acabe sendo mais utilizado conforme os consumidores forem atualizando os dispositivos, o que deve acontecer também com o 5G.