Como resolver 4 dores de cabeça na gestão do parque de TI

Por João Paulo Wolf * – 01.02.2018 –  

Áreas de tecnologia que não oferecem benefícios diretos à companhia tendem a sofrer cada vez mais com a falta de recursos e a perda de visibilidade.

João Paulo Wolf

No caminho rumo à transformação digital, gerir efetivamente o parque de TI é crucial para o sucesso da jornada. Afinal, o monitoramento constante e proativo da infraestrutura de tecnologia permite uma visão clara do ciclo de vida das soluções, além de otimizar a utilização de recursos (financeiros e humanos), prevenir problemas de segurança e, assim, garantir a continuidade do negócio. Mas, com tantas tecnologias novas e disruptivas surgindo, essa missão tem sido cada vez mais complexa.

Eu mesmo sinto os desafios em meu dia a dia. Quando você é o responsável pelo time que mantém a empresa conectada e com os sistemas rodando, as responsabilidades são enormes. Se as aplicações estão hospedadas “em casa”, há a preocupação com perda de dados e desligamento de servidores e equipamentos de rede. Se estão em cloud, há a apreensão de não haver conectividade suficiente e se as subscrições suportam o que os usuários precisam utilizar.

Nesse cenário, ouço, diariamente, algumas perguntas: para as quais tento encontrar as melhores soluções. Separei, a seguir, os questionamentos mais comuns, que também podem ajudar você, gestor de TI, a lidar com os desafios do dia a dia.

1. Minhas aplicações e infraestrutura estão sendo bem cuidadas?

Tratar do gerenciamento de ambiente é uma tarefa difícil – talvez a mais difícil. O usuário está acostumado com as aplicações sempre funcionando, sem demora, nem indisponibilidade. E manter essa (boa) experiência é o mínimo que se espera do time de TI. Porém, para que esse mínimo seja atingido, é necessário dispor de uma série de ferramentas, como IT Service Management, Application Performance Management,Network Operations Management, Virtualization Management, além da implementação de  processos, como os baseados no ITIL, para organizar e gerar metas. Somente assim é possível gerar os Indicadores-Chave de Desempenho, os famosos KPIs.  Além disso, é essencial contar com equipes bem treinadas;

2. A infraestrutura está preparada para as demandas da empresa?

No mercado atual, com mudanças e adaptações constantes, apenas garantir que o ambiente da empresa esteja rodando não é mais suficiente. É necessário que os times de TI verifiquem essas mudanças – e se antecipem a elas -, com a realização de análises de capacidade para garantir que sempre existam recursos disponíveis para absorver as demandas da empresa. O uso de tecnologias de cloud facilita esse trabalho, dando fôlego em períodos de pico ou de desenvolvimento de novas aplicações;

3. Nossos usuários estão utilizando as ferramentas corporativas ou estão resolvendo questões por conta própria?

Algo muito comum, hoje, é o que chamamos de shadow IT. Como os usuários já usam ferramentas de bate-papo, mensagens instantâneas, e-mails e compartilhamento de arquivos  fora do ambiente de trabalho, podem, ao chegar na empresa, achar as ferramentas e os processos escolhidos “arcaicos”. É bem comum, por exemplo, a companhia ter planos de OneDrive e ter picos de utilização de Dropbox e iCloud. Ou, então, disponibilizar salas virtuais de reunião e o Skype ser o recurso mais utilizado para relacionamento remoto com clientes e fornecedores. O segredo é escolher ferramentas corporativas que façam sentido para os funcionários, não apenas para a equipe de TI. Os profissionais devem gostar das tecnologias escolhidas e confiar nelas. Para garantir que os recursos sejam utilizados corretamente e com satisfação, a empresa deve medir o uso das ferramentas, identificar áreas ou pessoas mais resistentes e investir em adoção e treinamento;

4. As conexões e os dados estão seguros? E estarão disponíveis em caso de falhas?

Sistemas de segurança da informação passaram a ser ainda mais importantes nos últimos anos e devem fazer parte de qualquer tipo de projeto. Seja em telefonia IP, em que as chamadas passarão a ser criptografadas, ou em um refresh de sistema operacional, em que todas as máquinas físicas e virtuais passam a contar com ferramentas anti-APT (Advanced Persistent Threat), a segurança deve estar lá! Aliadas à segurança, ferramentas de backup e gestão de dados continuam em destaque para evitar que as informações de usuários e sistemas sejam perdidas devido a um ataque ou mesmo por falhas nos sistemas de arquivos da companhia.

Acima de tudo, é importante que os objetivos de TI estejam alinhados aos do negócio. Áreas de tecnologia que não oferecem benefícios diretos à companhia tendem a sofrer cada vez mais com a falta de recursos e a perda de visibilidade.

* João Paulo Wolf é diretor de soluções e serviços da 2S Inovações Tecnológicas