Contrato de performance da Sabesp supera meta em 51%

Por Nelson Valêncio – (Especial LAUW 2017) – 22.09.2017

Consórcio alcançou redução do volume disponibilizado de água com uma economia média de 1,029 milhão de m3/mês.

A história começa em 2013 quando o trio de empresas Vitalux, Stemag e Restor ganhou a licitação para reduzir perdas no sistema de abastecimento de água e otimizar a operação do Setor Jardim São Luiz, a então maior área de abastecimento da Sabesp, com 164 mil ligações de água atendendo a uma população de cerca de 650 mil pessoas em quatro bairros (o próprio Jardim São Luiz, Campo Limpo, Capão Redondo e Parque Fernanda). Com duração total de 60 meses, o contrato de performance envolvia um período inicial de 18 meses para a fase de implantação e pré-operação, seguido pela etapa de apuração da performance (6 meses) e, daí em diante, a fase de remuneração fixa. Embora a última fase (36 meses) encerre somente em 2018, as obras e serviços já foram concluídos e já “virou a chave” com resultado positivo nos seis meses de apuração da performance, superando em 51% a meta inicial de redução do volume disponibilizado no Setor.

O resultado obtido pelo consórcio levou à remuneração adicional de 20% (teto previsto em contrato) em cima do valor inicial do contrato, pouco mais de R$ 68 milhões. O final feliz do projeto foi contado ontem em São Paulo durante a Latin America Utility Week (LAUW 2017) por Meunim Oliveira Júnior, gerente do Departamento de Planejamento Integrado e Relações Comerciais Oeste da Sabesp. De acordo com ele, o projeto envolvia duas etapas de destaque: a ressetorização da área de abastecimento, agora dividida efetivamente em duas Unidades de Negócio, MO – Oeste e MS – Sul da Diretoria Metropolitana da Concessionária, e as ações específicas de redução de perdas. No primeiro caso, o processo envolveu uma série de intervenções de infraestrutura, inclusive a construção de reservatório de 15 mil m3 no bairro do Capão Redondo, além da instalação de uma adutora com 5,3 km de extensão e diâmetro de 800 mm, que interligou o reservatório que abastecia o antigo Setor Jardim São Luiz ao novo reservatório do atual Setor Capão Redondo.

O novo reservatório – metálico e não de concreto armado – trata-se de uma inovação utilizada pela Concessionária nos últimos anos, segundo Meunim Oliveira, mas foi uma obra de engenharia à parte, com 16 metros de altura e que exigiu a instalação de 243 estacas do tipo hélice continua para sua fundação. Somente a concretagem da laje de fundo consumiu cerca de 100 m3 de concreto e levou 24 horas para ser executada. Já a adutora que o interligou ao antigo reservatório de 25 mil m3 precisou atravessar várias avenidas e ruas da região. Nas mais movimentadas e com algum tipo de interferência construtiva, o processo MND – método não destrutivo, com perfuração subterrânea foi adotado, mas a maior parte da obra foi executada por valas abertas tradicionais.

O combate às perdas também incluiu, entre outros, a implantação de 15 válvulas redutoras de pressão de vários diâmetros e pesquisa de vazamentos não visíveis em pelo menos 2 mil km de redes de distribuição, além do conserto de vazamentos de redes e troca preventiva de 2,2 mil ramais domiciliares e uso de uma campanha de comunicação para a população atendida. O conjunto de ações combinadas levou a uma redução do Índice de Perdas Totais (IPDT) de 51% no período de um ano, de maio de 2014 a maio de 2015. “Os resultados vem sendo monitorados desde então e têm se mantidos dentro do esperado”, finaliza Meunim Oliveira.