Coprocessamento torna lixo Industrial em combustível para fabricação de cimento

Da Redação (*) – 27.04.2016 –

De acordo com o diretor de Tecnologia da Associação Brasileira de Cimento Portland (ABCP), Yushiro Kihara, a indústria de cimento do Brasil destruiu (coprocessou) cerca de 1,5 milhão de toneladas de resíduos em 2015, representando uma substituição de 13,4% da matriz de combustíveis do setor. Contudo, a indústria cimenteira brasileira possui um potencial de destruição de resíduos de aproximadamente 2,5 milhões de toneladas.

A indústria do cimento do Brasil também coprocessou mais de 350 mil toneladas de pneus. Esse número equivale à cerca de 60.270 mil pneus automotivos inservíveis destruídos. Se enfileirados, essa quantidade de pneus daria para dar uma volta ao mundo, com folga.

O coprocessamento é a tecnologia em que o mesmo forno que é usado para fazer cimento é também utilizado para destruir resíduos e material inservível. Neste processo, os resíduos industriais e os pneus são usados como combustíveis da chama dos fornos e também substituto de matéria prima (componentes do calcário e da argila).

Segundo Kihara, esse processo é controlado por agências ambientais e não altera a qualidade do cimento. “Ao contrário, é uma tecnologia consagrada mundialmente e uma das responsáveis para que a indústria cimenteira brasileira seja considerada hoje uma das mais ecoeficientes do mundo, de acordo com o World Business Council for Sustainable Development (WBCSD)”, diz ele. Essa, acrescenta, é uma alternativa significativa para a destruição segura de resíduos causadores de passivos ambientai e doenças, já que o coprocessamento também contribui para mitigação das emissões de CO2.

Esse tema foi abordado durante o 7º Congresso Brasileiro do Cimento, que aconteceu de 20 a 22 de junho, em São Paulo, com cobertura do InfraROI.

* Com informações da Associação Brasileira de Cimento Portland (ABCP).