Custo para implementar medidores inteligentes em São Paulo seria de R$ 5 bilhões

João Monteiro – 23.09.2021 – Diretor da Enel explica que iniciativa é necessária para se dar o primeiro passo para a digitalização das cidades 

Para a cidade de São Paulo dar o primeiro passo na digitalização de sua infraestrutura de energia elétrica, seria necessário um investimento de R$ 5 bilhões. Este é o custo para implementar medidores inteligentes de energia em toda a cidade, segundo Bruno Cecchetti, diretor de Tecnologia de Rede da Enel Brasil, distribuidora de energia que atende a capital do Estado. 

Cecchetti participou de um webinar promovido pela FGV CERI ontem (22/9). Na ocasião, ele explicou que o medidor inteligente é necessário para se dar o primeiro passo na digitalização da infraestrutura da energia elétrica. 

Com ele, é possível ter informações diárias do consumo de eletricidade e permitir que o consumidor tome ações em tempo real para reduzir o uso, bem como atuar rapidamente em caso de falhas. As informações dos equipamentos também permitiriam que as utilities e os órgãos reguladores entendessem melhor a demanda da sociedade e agissem com mais efetividade. 

A partir dos medidores inteligentes, seria possível partir para o que o diretor chama de Urban Futurability, um modelo mais virtualizado de serviços urbanos. Utilizando sensores e outras tecnologias de Internet das Coisas (IoT), seria possível acompanhar todo o uso da rede elétrica de forma virtual, algo parecido com o que as empresas fazem com a tecnologia de gêmeos digitais. “A ação em campo se daria de forma digital, utilizando realidade virtual ou aumentada para as operações”, conta Cecchetti. 

Mais economia para a distribuidora e o consumidor

O diretor de TI da Enel também comenta que a digitalização pode desenvolver uma nova fonte de receita para a própria distribuidora, com o uso da economia de dados que acumula de seus usuários. Além disso, as distribuidoras serão as habilitadoras para a transição para uma energia elétrica mais limpa, através da geração distribuída. Assim, os próprios consumidores poderão diminuir seus custos com energia.