Darwinismo Organizacional: transformações exigem adaptação para sobrevivência da indústria

Cláudio Moysés (*) – 14.10.2019 – 

Charles Darwin (1809-1882), naturalista inglês, desenvolveu uma teoria evolutiva que é a base da moderna teoria sintética: a teoria da seleção natural. Segundo Darwin, os organismos mais bem adaptados ao meio têm maiores chances de sobrevivência que os menos adaptados, deixando um número maior de descendentes.

Este conceito também pode ser aplicado no mundo corporativo, em que a mutabilidade do ambiente e o acirramento da competição organizacional vão gerar uma nova “seleção”, não mais “natural”, mas onde sobrevivem as organizações mais adaptáveis e flexíveis – é o Darwinismo Organizacional. As mudanças disruptivas vão trazer também uma nova perspectiva para a Qualidade e teremos de nos adaptar.

Vale lembrar que o que conhecemos como profissão de qualidade teve origem em meados da segunda Revolução Industrial, com os métodos de gestão científica desenvolvidos por Fayol, na França, e Taylor, nos Estados Unidos. A progressão da profissão de qualidade pode ser resumida em quatro fases: qualidade como inspeção, qualidade como projeto, qualidade como empoderamento e, no atual contexto, qualidade como descoberta.

Hoje as empresas precisam oferecer um ambiente inteligente e adaptável, no qual a qualidade deve depender da eficácia com que os profissionais podem descobrir e agregar novas fontes de dados, a exemplo de conhecimentos sobre eles próprios, produtos e organizações.

Os profissionais da qualidade se destacam na resolução problemas estruturados, na tomada de decisões baseadas em fatos e dados e no impulso de mudanças culturais nas organizações para facilitar a melhoria. Neste contexto de transformação, devem se posicionar para liderar estes esforços, o que demanda desenvolver profundamente algumas habilidades.

A formação em Método de Análise de Solução de Problemas (MASP), que está alinhada a técnicas de abordagem do manual CQI-20: Solução Eficaz de Problemas. Na versão avançada, o treinamento prepara o participante para solucionar problemas de forma sistemática, na medida em que aprende a diagnosticar, prevenir e tratar falhas com uso de ferramentas.

O aprendizado contínuo é o caminho para profissionais da qualidade, que precisam demonstrar pensamento sistêmico, ser capazes de tomar decisão com base em dados, ter liderança para aprendizado organizacional, estabelecer processos para melhoria contínua e entender como as decisões afetam a saúde e o bem-estar da sociedade em geral, como pessoas e comunidades.

* Cláudio Moysés é diretor-executivo do Instituto da Qualidade Automotiva (IQA).