Dessalinização da água é aposta para 2025

Da Redação – 10.10.2017

Usina de dessalinização: recurso respondeu por 0,7% da demanda mundial de água em 2010

Segundo a multinacional espanhola, a conta é simples: em 2010, com quase 7 bilhões de habitantes, o planeta exigia 4.250 km³ de água por ano e boa parte da necessidade era suprida por águas renováveis ou de reuso, sendo apenas 0,7% dessalinizada. Em 2025, vamos ter uma população (estimativa) de 8,1 bilhão de habitantes, o que significaria um consumo de 5.200 km³. O problema? Na avaliação da Acciona, a produção de água alcançará apenas 88,5% do que se precisa. A solução, seria o investimento em plantas de dessalinização.

Com mais de 75 estações desse tipo no mundo, a empresa tem um histórico de adoção da tecnologia na Espanha, Austrália, Itália, Reino Unido, Estados Unidos , Qatar e Arábia Saudita. Na soma, as plantas têm uma capacidade combinada de 2,7 milhões de m³ de água tratada por dia, abastecendo mais de 13,4 milhões de pessoas. O processo seria uma das formas de se reequilibrar a demanda, de acordo com Virgínia Sodré, executiva responsável pelo desenvolvimento de negócios da Acciona Água no Brasil, divisão da companhia para a área de gestão hídrica.

“A dessalinização deixará de ser considerada um ativo caro, para se tornar algo extremamente necessário, como forma de aumentar a segurança mundial em relação à garantia de água potável para a população no futuro”, disse Virgínia na semana passada durante evento da Abes em São Paulo. O processo seria usado ao lado de outras iniciativas como a melhor gestão de recursos hídricos, redução de consumo, conservação da água natural, redução de perdas e melhoria das práticas industriais e agrícolas.

Mesmo o Brasil não fica fora da crise, principalmente pelo desequilíbrio entre economia e fonte de água: Praticamente 70% da população – e 70% do PIB brasileiro – vivem com apenas  9,3% do recurso de água doce do país. Por outro lado, a região Norte, com 7% da população, concentra 68,5% dos recursos hídricos.