Dólar, recessão e taxação tiram lançamentos do Brasil e os levam para a América Hispânica

Por Rodrigo Conceição Santos – 09.06.2015 –

Nos países americanos de língua Hispânica, foram vendidos cerca de 10 mil equipamentos da linha amarela de construção e mineração em 2004, segundo a SDLG. Em 2014 foram 20 mil (o dobro). O Brasil, no entanto, vendia cerca de 5 mil equipamentos há 11 anos atrás e comercializou 25 mil no ano passado. Ou seja, quintuplicou. Hoje, o Governo Federal lançou um novo pacote de concessões que – se sair do papel – terá a área de rodovias como uma das mais beneficiada, com investimentos acima de R$ 19 bilhões até 2019. Diante desse cenário, um lançamento de rolo compactador, que é um equipamento destinado exclusivamente para obras viárias, privilegiaria o mercado brasileiro, correto?

Errado. A SDLG lançou hoje um modelo de 12 toneladas (faixa mais consumida no mercado) somente para a América Hispânica e os motivos para isso, segundo Enrique Ramirez, diretor da empresa na região, são vários.

O primeiro seria a alta do dólar, que dificultaria a importação de produtos a preços competitivos. “Mas a alta taxação com a revisão dos impostos de importação desde 2012 e a recessão do mercado brasileiro de equipamentos nos últimos dois anos também ajudou”, diz ele. Afinal, explica o executivo, enquanto a SDLG registrou crescimento na faixa de 20% em 2013 e 2014 na América Hispânica, no Brasil o mercado ficou estagnado no volume vendido em 2012, mesmo considerando que aqui se consumiu mais de 60%, das quase 800 máquinas que a empresa vendeu nos dois últimos anos.

No Brasil, a SDLG continua focando nas linhas de escavadeiras e pás-carregadeiras, com modelos de 4 a 24 toneladas no primeiro caso e com o lançamento de uma pá-carregadeira de 10 toneladas, com caçamba de 1,83m³ de capacidade, no segundo. “Planejamos lançamentos no Brasil, mas não podemos relatar esses planos estratégicos. Hoje, porém, uma novidade é a possibilidade de aquisição por Finame das nossas escavadeiras, fabricadas na planta de Perdeneiras, no interior de São Paulo”, conclui Ramirez.