Engenharia, chineses e endividamento: o mapa da WTorre

Da Redação – 14.07.2017 –

Explicando: mudanças na empresa envolvem foco no know how em novas tecnologias de construção, acordo com a asiática CCCC e a reestruturação dos débitos

Se ainda há dúvidas sobre o cenário político brasileiro, existe a certeza de que os setores de construção civil e infraestrutura nunca serão os mesmos. O Grupo WTorre, com 36 anos de estrada, é mais um que anuncia seu novo roadmap de atuação. O fundador, Walter Torre, mantém à frente do conselho de administração e Pedro Guizzo assume a presidência da companhia. A tempo: o novo executivo principal é sócio da Ivix, a consultoria de convidada para, com perdão do trocadilho, estruturar a reestruturação.

Vamos começar com o endividamento do grupo, que chegava a R$ 1,9 bilhão no final de 2016. Desse total, 15% foram quitados e 65% estão “bem encaminhados por conta da venda de ativos”, informa a WTorre. Os 20% restantes estão em processo de formalização de acordo, o que, na avaliação da companhia, “dá ao grupo fôlego para continuar sua trajetória”. É interessante listar que, entre os ativos, estão a arena Allianz Parque, um terço do WT Morumbi, imóveis no Pará e em áreas estratégicas para logística em São Paulo e Rio de janeiro.

A parceria com grupos internacionais é outro ponto. Desde a entrada da operação Lava Jato, que envolveu os grandes grupos do setor, os especialistas tem levantado a entrada gradual de empresas estrangeiras. No caso da WTorre (também citada na operação), o processo envolve o projeto de R$ 1,7 bilhão do Porto Multimodal de São Luís, no Maranhão. Para participar do empreendimento, o grupo assinou uma carta de intenção com a China Communications Construction Company (CCCC).

A volta ao core business de engenharia e da modelagem de negócios é outra frente da reestruturação. É importante lembrar que a empresa foi pioneira na adoção do método Tilt Up, que industrializa e dá velocidade às obras de construção civil. Em função desse DNA o segmento engenharia é uma das divisões da nova estrutura e vai manter o foco em projetos industriais, terminais logísticos, edifícios corporativos, infraestrutura e complexos multiuso e entretenimento.

Três outras áreas fazem parte da nova configuração: WTLog, Capital Live e Properties. A primeira assume a criação e gestão de condomínios logísticos com localização estratégica. Já a Capital Live fica responsável pela gestão de locais que abrigam espetáculos de esporte e entretenimento. A área de Properties, por sua vez, está focada no desenvolvimento de projetos, com soluções personalizadas. Um dos exemplos dessa última área é o Allianz Parque, definido como arena multiuso e resultante da parceria com a Sociedade Esportiva Palmeiras.